Capítulo 2

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Are you (Are you?)

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Are you (Are you?)

Someone that I can give my heart to? (Heart to)

Or just the poison that I'm drawn to? (I'm drawn to)

— Training Season, Dua Lipa


Eu tenho uma coisa desde criança que não me deixa dormir até depois das 6 da manhã. Então, às 5:30 do máximo, estou de pé e pronta para começar o dia.

Talvez tenha sido as regras que minha mãe impôs desde que eu comecei a andar.

"Se você quer ser alguém na vida um dia, JJ, precisa aprender que o mundo não precisa de você para funcionar, mas você precisa dele para crescer." Ela me falava isso todo santo dia após acender a luz do meu quarto para me arrancar da cama às 5:15 em ponto. Então, já vestida para mais um dia de trabalho na sua pequena loja, ela atravessa meu quarto, abria as janelas, voltava para a porta e apagava a lâmpada que acabara de ligar. "Precisa estar pronta para emergências, que aliás, podem acontecer o tempo todo, a qualquer hora. Levante-se e se arrume. Vai me ajudar na loja enquanto não vai para escola." E aí ela sumia para preparar meu café da manhã.

Ah, mas essa parte acabou quando eu entrei para o ensino médio. Foi quando comecei a preparar meu próprio café da manhã e o almoço para a escola.

Já vestida para o meu primeiro dia de aula de verdade na universidade, preparo café na cafeteira e frito ovos com bacon. Se ficarem gelados, a casa tem um microondas.

Além da minha melhor amiga que vive nessa casa gigante com outras nove garotas, eu não conheço mais ninguém da fraternidade, então não me arrisco fazer muita coisa por não saber o que elas gostam de fato.

Estou me servindo com uma dose grande de café na minha caneca especial que levo para todo lugar, quando Ester entra na cozinha.

Ela odeia acordar cedo. Enquanto eu sou uma pessoa diurna, ela não é nem um pouco. E ainda encheu a cara na última noite. Parece horrível e de ressaca, e me empurra para o lado para abrir espaço e servir a própria xícara especial.

— Você está... acabada. — Comento antes de sorver um pouco do líquido quente.

Ester coça o cabelo loiro bagunçado e faz careta.

— Eu sei.

— Por que acordou tão cedo? — Checo o relógio em meu pulso. — Não são nem seis.

Ela apoia a xícara de lado para pegar um pouco de ovos e nós sentamos nos bancos envolta da ilha grande de pedra que fica no meio da cozinha extravagante.

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