M E M O R I E S

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Oioi. Vou mudar um pouco do contexto do passado da nossa querida [nome].
Não vou mudar muita coisa, só explicar melhor como ela comeu o dedo amaldiçoado.

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Você passava pelas ruas de sua cidade natal, Fukushima. Você não estava com pressa de chegar em casa, nunca teve. Decidiu pegar uma rua lateral, longe das luzes da cidade e das pessoas que não paravam de falar sobre si mesmas.

Você continua sua caminhada, parando apenas quando avistou novamente um daqueles monstros horríveis.

— De onde vêm essas coisas? - Você pensou consigo mesma.

O referido monstro não estava olhando ou prestando atenção em nada em particular. Você achou estranho como sempre conseguia ver essas coisas por aí, mas por algum motivo estranho é como se elas nunca tivessem notado você. Como se você fosse invisível para elas.

Você suspirou olhando para a luz da rua piscando acima de você. Parecia que você em uma cena de um filme de terror,as não se incomodou.

Caminhando para casa sozinha no escuro. Vendo monstros pequenos. Vendo monstros grandes. Nada fora do comum, já estava acostumada a ver essas coisas todos os dias.

Você enfiou a mão em sua bolsa pendurada em seu ombro, procurando pelo seu telefone para ver o horário. Você sentiu algo incomum e não se lembra de ter nada na bolsa, além do seu celular e carteira. Você puxou o objeto estranho para ver o que era.

Tinha a forma de um longo cilindro, completamente enfaixado.

— Mas o que diabos é isso?

Vice continuou caminhando para casa enquanto tentava retirar o embrulho do item desconhecido colocado em sua bolsa por Deus sabe quem. Depois de descartar o último pedaço da cobertura, um dedo podre e feio ficou em suas mãos.

— Aí credo...

Você sentiu uma presença pesada atrás de você e decidiu ver qual era a sensação perturbadora, Seus olhos se arregalaram ao ver não apenas uma, mas várias maldições avançando em sua direção.

Pelo que você observou até agora, os monstros nunca conseguiram ver você. Então, por que de repente todos eles estavam tentando te matar? Bem, vamos esquecer esse pensamento por um segundo porque garota, você tem que correr, e você tem que correr rápido!

Você disparou pelas ruas mal iluminadas até ficar com ânsia de vômito enquanto as coisas tentavam acertar coisas em você.

— Por que isso está acontecendo?!

Em Pânico, você se perdeu, chegou em uma parte da cidade que você não conhecia e acabou em um beco sem saída. Você se apoiou contra a parede até não poder mais se afastar, as criaturas feias se aproximavam de você.

Você começou a chorar e gritar de desespero e medo. Você nunca teve uma vida perfeita. Seus pais eram horríveis com você, na maior parte do tempo, nunca estavam por perto. Era um Pária na escola. Você sempre sentiu que não tinha controle sobre sua vida e ás vezes sentiu que nem valia a pena viver. Mas então por que você estava chorando pela sua vida agora? A constatação de querer continuar vivendo te atingiu com força.

Através do medo, da raiva e do ressentimento que você guardava dentro de si, uma epifania surgiu. A energia amaldiçoada que você guardava se manifestou em uma barreira ao seu redor. As criaturas pararam em seus lugares, era como se você tivesse desaparecido no ar. No entanto, você ainda estava lá, elas simplesmente não conseguiam te ver.

Assim como todos aqueles dias em que era uma criança crescendo, seus sentimentos acalentados nunca aparecem em seu rosto. Você era boa em esconder o que realmente sentia. Você manteve a guarda alta, sempre, nunca usando o coração na manga devido a muitos casos de ferimento por familiares, amigos  e pessoas em que você confiava.

Em poucos segundos os monstros foram mortos imediatamente á sua frente. Você ficou ali tremendo, incapaz de compreender o que estava acontecendo. Você sentiu uma presença forte surgindo e seguiu a sensação da pressão que pairava.

Um homem vestido de preto com uma venda em seus olhos podia ser visto flutuando no ar. Um olhar confuso em seu rosto. Ele não tinha visto você antes e se perguntou de onde voce veio. Sua barreira desapareceu visto que os monstros estavam todos mortos e sua vida não estava mais em risco.

Ele percebeu que você estava assustava pela maneira como tremia, sua linguagem corporal e sua expressão. Fora isso, ele não conseguia sentir mais nada. Talvez um pouco de energia amaldiçoada.

Ele continuou te encarando, você estava agachada com as mãos enfiadas em seus bolsos. — Onde está?

Suas sobrancelhas se franziram. — Onde está o quê?

— O objeto amaldiçoado. Onde está?

— E-eu não sei?!? - seus olhos de arregalaram, ele deve estar falando do dedo. Você refez seus passos em sua mente. Para onde foi?

Seus olhos se voltaram para ele. Em algum lugar parecido com você fugindo, você segurou o dedo em sua boca para mantê-lo seguro. Você não sabe por que fez isso e gostaria de tê-lo descartado, mas durante situações de fuga ou luta, algumas pessoas simplesmente não conseguem pensar de maneira correta e fazem coisas irracionais.

— Eu comi.

O Grisalho se agachou no chão na sua frente. Ele se aproximou e parou antes que seus narizes pudessem se tocar.

— Sério?

Você empurrou de leve o rosto dele. — Foi um acidente! Você acha que eu comeria uma coisa tão nojenta como essa?!.

Vendo que não havia perigo iminente vindo do homem de cabelos brancos, você se endireitou e tirou o pó das suas roupas. — Quem é você, Afinal?

Ele se afastou um pouco de você, inclinando a cabeça para o lado, um largo sorriso apareceu em seu rosto.

Sou o mais forte...

Tsuyoi - Satoru GojoWhere stories live. Discover now