Por Que Escreves?

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Por que desejas saber o motivo de minhas confissões mais íntimas? Em troca de quê? Saber a finalidade das atitudes de minha alma abstrata e infeliz? De minhas insatisfações mais profundas que corrompem o meu caráter? De minhas escolhas precipitadas, que jurei há três anos serem as mais adequadas para a minha vida turbulenta? De minhas surpresas misteriosas em ser algo desconhecido por minha natureza? Por que queres tanto saber?

Desejas me dominar?

Desejas saber de mim?

Me admiras?

É uma versão minha desconhecida em outro corpo, me testando para refletir-me se estou tomando as melhores escolhas para este projeto que respira natureza e elimina poluição?
Me fale o porquê, o motivo de querer perguntar. O que tanto lhe cutucou para saber o meu propósito? Foi por parte minha? Ou ignorância tua em querer entender o que sou? Nem eu entendo isso, a que poder daria o Universo a suas curiosidades obsoletas em querer saber das coisas que não possuem um entendimento? Se achas mais que qualquer ser vivente nesta terra de esqueletos e vermes?
Ou não. Espere! Quando tu interessares por mim, estará feita a minha obediência. É este o motivo? Pois bem, a que devo a honra de sua preocupação em saber? 

Eu escrevo quando sou mais eu do que nunca. 

Eu escrevo por necessidade porque as palavras consomem a alma que me resta.

Eu escrevo para impressionar.

Escrevo para mudar o mundo.

Eu escrevo porque não sobrevivo se não me manter no papel de resistência.

Escrevo porque tenho apreço.

Escrevo porque posso escrever.

Não entendas como egoísmo de minha parte. Entendas que, acima de tudo, escrevo porque, se deixo de escrever, deixo de ser eu mesmo.

MIL VIDASWhere stories live. Discover now