ֹ 𖤓 ̸࣭ 𝐏 𝐑 𝐎́ 𝐋 𝐎 𝐆 𝐎

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"Força é poder", dizia o panfleto no chão: o lema de Awen Strong.

Após desencravar a sua espada do peito do soldado platina, já morto, o rebelde fincou a ponta a lâmina no rosto sorridente do governador e girou, rasgando-o junto do prefeito do Distrito Rubi, até o pedaço de papel estar tão amassado a ponto de deixar suas faces irreconhecíveis.

Com os olhos verdes-acastanhados violentos, ele voltou a fitar o cadáver com desprezo, mesmo que um dia, tenham sido aliados. A família daquele soldado do Clã Snow seria recompensada — mas ele nunca mais voltaria.

A culpa era dos rebeldes.

O assassino deu as costas, então, e sentiu os punhos cerrarem e os dentes trincarem, quando deu de cara com mais panfletos. Limpou sua espada ensanguentada e respirou fundo, buscando se acalmar. Eram tantos...

"Força é poder."

"Força é poder."

O rosto de Awen, estampado, sorrindo.

O prefeito de Rubi.

"Força é poder."

"Força é poder."

Com um movimento, ele energizou a lâmina da sua espada e com outro, jogou todo o elemento vento armazenado na arma para frente: o suficiente para rasgar em dois, todos os panfletos. "Força é poder" para todos os lados. Awen Strong para um, Sukno Laven para outro.

— Uma nova era de ouro está vindo, irmão. — uma voz, feminina, ecoou nos ouvidos do rebelde e o soldado imediatamente voltou-se para ela, parada atrás do corpo, também disfarçada por uma capa escura. — Mas você não pode sair assassinando soldados de Awen.

— Ele me atacou primeiro, irmã. — respondeu, impassível, o tom baixo. — Ele sabia que não era capaz de me derrotar.

— Como ele te descobriu?

— Ele me pegou perto do cortiço... Você sabe qual, e achou que seria bom para ele me atacar, já que eu estava disfarçado e não quis dar explicações. — declarou, vago, e mirou os olhos no céu, escuro com mais nuvens do que estrelas e a lua no alto.

Eram, portanto, seguindo a posição do astro que até pouco tempo atrás acreditava-se ser de prata, meia-noite e quinze. Mas aquele rebelde não era capaz de ser preciso como um Altena.

— Amanhã começa a semana sangrenta. Fique atento, irmão, você sabe que... — deu uma pausa e olhou para os lados, verificando se realmente estavam a sós. No entanto, movida pelo ódio, asco e desprezo, não ousou proferir o nome do governador.

— Os Strong adoram participar da semana das demonstrações. Fique tranquila, irmã. Vou tratar de resolver o problema, caso ele apareça.

— Ótimo. Não cometa o mesmo erro da última vez. — ordenou, por fim, e deu as costas. Começou a andar para frente, na direção oposta do aliado e suspirou. — Não mexa no corpo. Ouvi falar que Shion Yannen criou uma técnica de reconhecimento para descobrir o clã do assassino a partir do toque na pele do cadáver. Não cometa mais erros...

O homem assentiu com a cabeça e, também, deu-se à retaguarda, indo embora e deixando o corpo lá... Intocável, negligenciado. O soldado Snow, sem pulso, estendido no chão, ferido... Por culpa dos rebeldes.

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𝐏𝐑𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍𝐄𝐈𝐑𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄Où les histoires vivent. Découvrez maintenant