CAP 17

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Alguém aqui é apaixonada pelo Thiago? Pois bem, quem for já podem preparar a metralhadora, por que o bicho pegou.
...
CAP 17
Elisa.
. Eu não tive nem tempo de comer direito pois estava corrigindo alguns trabalhos. Estava quase na hora de dar o sinal quando a porta da sala em que eu estava bateu com força e um Thiago completamente irritado entrou me assustando, caminhou pela sala fechou todas as janelas sem deixar um vão sequer, lembrei do que Cláudio fazia comigo, senti medo na hora, principalmente quando ele aproximou- se de mim, dei uma recuada.
- Satisfeita Elisa?
- Não, com calor! Adoraria um sorvete. - tento soar irônica mas não deu certo.
- Sou motivo de chacota dentro dessa escola agora, sou a piada por um bom tempo por causa de VOCÊ e da sua boca enorme que não sabe segurar a língua dentro dela! O que te deu na cabeça? De contar para todos que o filho era meu? Não passa pela sua cabeça que eu sou um homem comprometido? É serio? - ele diz muito revoltado.
- Não me passou nada Thiago, até por que o lixo que você chama de namorada chamou o nosso filho de bastardo!
- Seu filho, aqui ele não é nada meu... - ele diz e eu não me conformo com o que ouvi.
- Como é? Você sente vergonha de ter um filho, é isso Thiago? - pergunto irritada.
- Não sinto vergonha de ter um filho por que na verdade eu o quis! Mas ele é um problema aqui dentro pra mim, é por causa dele que eu estou aqui sendo motivo de chacota! - respondeu e segurou meu braço.
- Me solta. - eu me afasto.
- Escuta Elisa, eu vou agora pedir para que os inspetores juntem todos os alunos para que você, somente você desminta a história de filho. Você vai dizer que é casada e que disse aquilo por dizer. Vai dizer também que estava nervosa por que teve alteração nos hormônios da gravidez, está ouvindo? - ele diz tentando parecer calmo.
- Eu não acredito Thiago, você vai mesmo fazer isso? Com o seu próprio filho? - pergunto revoltada.
- Vou! É a minha imagem que é importante aqui dentro, minha imagem! - repetiu duas vezes a palavra para que eu entendesse.
- Tudo bem, eu desminto Thiago, isso não irá me custar absolutamente nada! Vou te livrar dessa sua vergonha. Mas saiba você Thiago, que mesmo você tendo parte na fabricação dessa criança, eu não deixarei com que você nunca mais participe de nada. Não irei deixar você me acompanhar ao médico, não deixarei você sequer pensar em um nome. Por que você me mostrou ser uma pessoa que eu nunca pensei que fosse... Pensei que você fosse homem, mas na verdade, não passa de um moleque. Um dia Thiago, o seu filho irá saber disso por que eu como mãe farei questão de contar à ele o que o pai dele fez. Vou dizer o que é verdade: Você se preocupa mais com a sua imagem do que com as coisas que dizem sobre o seu filho que nem veio ao mundo e já está sofrendo! - termino de dizer com muita raiva e saio, quando chego à porta, me viro e para finalizar digo:
- Reúna seus queridos, vou cumprir a ordem do rei! - e saio em direção ao banheiro, todos continuavam a me olhar.
THIAGO.
. Tudo o que Elisa me disse estará gravado pra sempre como uma faca dentro do meu coração. Eu estava sendo errado por rejeitar o meu filho que tanto quis dessa maneira, mas, eu não tenho outra escolha. Talvez eu seja isso o que a Elisa mesmo diz, ao invés de ser um homem, sou um moleque que se preocupa mais com a imagem do que com o filho.
. Sem tempo de poder voltar atrás, saio à procura dos inspetores, logo encontro uma e peço para que passe pelo rádio o comando de juntar todos os alunos no pátio, meu coração está acelerado, conecto com a ajuda do professor Joaquim o microfone na caixa de som, o sinal bate e eu subo no pequeno palanque que ali tinha. Logo vejo, Elisa com os olhos avermelhados e com a aparência de quem chorou e não foi pouco. Ela de cabeça baixa aproximou-se da onde eu estava, e então eu disse para os alunos que estavam alvoroçados.
- Peço para que se calem! Pois eu e a professora Elisa temos algo muito importante à dizer.
. Todos se calam esperando, eu passo o microfone para Elisa que está tremendo e nem ao menos olha na minha cara.
- Boa tarde! Como vocês sabem eu sou a professora Elisa, aquela que junto com a professora Emika fez um escândalo na hora da entrada. Vocês sabem também que eu estou grávida e que na hora do meu nervosismo eu tive a audácia de dizer que o filho era do diretor só para que a professora calasse a boca. Pois bem, venho explicar perante à vocês todos que eu sou uma mulher casada, e que em hipótese nenhuma eu tive um caso com o diretor Thiago. Ele é um homem sério e é fiel à sua namorada, na verdade, eles se amam. O meu filho não é dele e eu peço do fundo do meu coração que quando vocês verem um de nós três, não fiquem com piadinhas sem sentido, ou apelidando qualquer um de nós. Foi um erro que como vocês podem ver já está sendo concertado! Os hormônios da gravidez me deixaram assim, eu não tenho tanta culpa no cartório. - ela dá um sorriso fraco, me sinto bem depois disso. - Então é isso, tenham um bom fim de tarde. - ela me entrega o microfone de cabeça baixa e sai praticamente correndo dali.
- Bom, é isso o que queríamos dizer. Não acreditem, passem uma borracha no que ouviram pela manhã, finja que aquela cena não existiu. Vamos voltar a ser sérios como sempre fomos e profissionais. Agora, voltem para as suas respectivas salas. Muito obrigada. - coloco o microfone em cima da mesinha e desço, acabo procurando Elisa com os olhos mas só consigo ver alunos alvoroçados.

Elisa.
. Esse foi sem sombra de dúvida um dos piores dias da minha vida! Me senti humilhada por estar dando o gostinho para aquele hipócrita de rejeitar o próprio filho para ter imagem, para ter respeito. Eu sou uma bruxa, uma péssima mãe. Quando desço do palanque, sinto que nao posso ficar mais um minuto se quer por hoje naquela escola. Vou até o meu armário e pego minhas coisas, quando estou saindo encontro a professora Carina.
- Oi, você está péssima. - ela me abraça e eu acabo chorando em seu ombro.
- Ele rejeitou o próprio filho Carina. -digo já molhando a sua camiseta.
- Seja forte Elisa, não deixe de abater. O seu discurso naquele palanque foi bom, os alunos até acreditaram mas você sabe que nós professores não nascemos ontem. Não iremos rir de vocês, também não sei o que aconteceu entre você e o Thiago, isso não diz respeito a mim. Só quero que você tenha juízo, não pense em fazer nada que prejudique você e essa criança. - ela beija meu rosto.
- Eu não irei fazer nada, fique tranquila Carina. Preciso ir embora, essa escola está me dando enjoo... Até amanhã se eu voltar. - beijo seu rosto.
- Te mando mensagem a noite para saber como você está. - ela diz.
- Tudo bem. - respondo e saio com as minhas coisas.
. Quando estou saindo pela porta principal, escuto o Thiago me chamando, viro-me pra ele, nossos olhares se cruzam e ele diz:
- Aonde você vai?
- Embora, eu já te satisfiz. - respondi, virei-me de costas e fui embora. Passei no mercado, comprei dois potes de sorvetes. Ao chegar em casa, tomei um banho rápido e passei a tarde toda ali, assistindo filmes melancólicos e tomando sorvete adoidada para curar a minha tristeza, a vergonha que sentia de mim mesma.

O DiretorWhere stories live. Discover now