GADT - Grande Ascensão da Terra

Capítulo 12 - Confrontos e Conspirações

Na Base Central de Vesper

     Enquanto os Piratas de Vesper dançavam naquela taberna quente, ela bebia com a sua imediato, que é um cargo de confiança, no outro canto do salão, observando Holly e Axel jogando xadrez, e se sentindo incomodada pela falta de nervosismo dos dois.

     — Capitã, tem certeza de que foi uma boa ideia capturar o Demônio Superior e a Santa Cavaleira?

     — Não sente o gosto do dinheiro? Vender o Demônio Superior aos Santos Cavaleiros, e uma Santa Cavaleira da Salvadora aos Demônios. Tudo que preciso é receber o dinheiro, e no momento da entrega, ambos os lados vão lutar pelos seus, e eu, no fim, não terei entregue e nem arranjado inimizade com nenhum dos lados. Eu recebo o dinheiro, e eles que se virem depois, eu já tenho até a minha fala pronta se precisar explicar depois: "Ora, eu não tenho culpa que o outro lado apareceu aqui também". E, se eu der sorte, ainda capturo algum sobrevivente para conseguir mais informações para vender. — Explicou Vesper, de forma debochada, enquanto bebia a sua cerveja e se acabava de rir.

     — Então, por que não capturamos aqueles dois também? Parecem dar um ótimo negócio.

     — A criança possui olhos vermelhos e poderes, se eu estiver certa, mexer com ele vai ser um tiro na própria cara.

     — Se é o que você acha. Então, só precisamos esperar o pagamento dos demônios, correto?

     — Esse é o plano. — Vesper desviou o olhar para Holly, a qual tinha uma expressão vazia no rosto, que acompanhava os seus movimentos com as peças do xadrez, irritantemente, pacientes e lentos.

     Na visão de Axel, tudo o que ela via eram os olhos de Holly quase que mortos, com o seu corpo mal se movendo, em uma posição onde ela escondia os seus olhos para os demais, exceto para ele. Este era o plano dela, criar uma manifestação incorpórea de sombras para poder vasculhar o local, tendo combinado com Axel o tempo que ele deveria demorar para mover a sua peça.

***

No Deserto de Jomi

     — Comandante Yabu, a chuva parece estar ficando mais forte, não devíamos pedir para todos entrarem agora? — Perguntou um dos soldados.

     — Não, essa chuva não é natural. A Santa Anciã pediu que ficássemos de prontidão, é melhor usarmos o trem para formar um perímetro e estarmos prontos, alguma coisa está vindo para cá.      — Yabu responde, colocando o seu capacete.

     — Sim senhor! Homens, criem um perímetro e se protejam! Ordens do Comandante!

     Os soldados percorriam pela areia molhada, movimentando o trem, porém, mal tiveram algum tempo para concluir o perímetro, já que logo ouvem o som do evaporar da chuva e de jatos de chamas indo na direção de Yabu. Ele, prontamente, desvia do ataque com habilidade e revida com flechas douradas, causando pequenas explosões ao entrarem em contato com as chamas.

     No alto do céu, dois Demônios Superiores estavam lado a lado, um deles era vermelho, sem nenhum pelo corporal, vestido com um kimono preto simples e tendo um sabre afiado nas mãos, este sendo envolto de correntes de fogo. Já o outro demônio era branco, com longos cabelos da mesma cor, lábios negros e um olhar doce e sombrio ao mesmo tempo, vestido com um sobretudo branco que apenas deixava as suas mãos a mostra, a qual tinham unhas pintadas na cor preta.

     Ao tocar no chão, o demônio branco toma a frente olhando fixamente para Yabu, e com um simples estalar de dedos, a pressão do ar, de repente, aumenta, de forma que até mesmo a chuva parecia pequenas pedras que atingiam o chão.