— Fico feliz, Gabi. Vai da tudo certo, tá?

– Tá — roubo um selinho — eu queria te chamar pra sair no domingo, pô. — passo a mão na nuca nervoso

Me ajeito na cama encostando minha cabeça na cabeceira e ela se aproximou ainda mais do meu peito e colocou uma uva na minha boca dessa vez

— Eu aceito, pra onde a gente vai?

— Eu tô vendo ainda. Pode ser umas três horas da tarde?

— Pode — me deu um selinho

— Você sonha em ser mãe?

Pergunto o que tava entalado na garganta a um bom tempo.

— Sim, sonho e você, sonha em ser pai?

— O meu maior sonho, tudo o que eu mais quero.

Abro um sorriso fraco me lembrando da Maria. Dói o peito só de lembrar daquele dia.

— Deve ter sido muito difícil perder a sua filha. — ela entrelaçou nossos dedos e concordei

— Eu me sentir muito mal, era a minha princesa. — sinto a minha garganta fechar e ela me abraça com força

— Gabi, eu sinto muito por isso — beijou minha testa — Ela deve te amar muito de la do céu.

— Ela disse que me ama quando apareceu pra mim e pra Júlia mas não sei se era real ou a gente tava delirando

— Era ela, Gabi. Não se sinta mal por ter visto ela, se sinta feliz. Porque significa que ela veio te ver porque te ama e quer te ver bem. Ela não quer te ver triste, Gabriel.

— Já te falaram pra você ser psicóloga?

— Você já me disse isso uma vez — ela soltou um riso nasal — Eu não teria paciência, gosto de ser veterinária mesmo.

— Seu olho brilha quando fala.

— Sério? Sempre achei que esse negócio de brilhar fosse coisa só do livro.

— Sério, seu olho brilha quando fala em ser veterinária, quando tá na confeitaria e quando fala o meu nome — digo convencido

— Ih, tá se achando ein, jogador — deu risada

— tô não, é sério. — encaro o seus olhos — Sempre que fala o meu nome o seu olho brilha

— Gabriel — ela disse rindo

— Viu só? Brilhou

— Aposto que o seu também brilha quando fala o meu nome.

— Ava.

— Brilhou

— o que isso significa?

— Eu não sei mas podemos descobrir juntos — concordei com um sorriso no rosto — Sabe, eu tô gostando muito do que tá acontecendo entre a gente, Gabriel.

— Eu também tô gostando muito, quero se possível curar todos os seus traumas – aliso sua bochecha

— Você já tá me ajudando nisso. — disse olhando dentro dos meus olhos

—  Você tá se alimentando bem, Docinho?

— Não quero falar disso — desviou o olhar

— Ava, você não tá comendo?

— Tô comendo frutas, ué

— Frutas? Ava, você tá comendo comida? – a olho indignado

— Eu tô — ela disse sem ânimo

DOCE AMOR - GABIGOLWhere stories live. Discover now