Casamento Arranjado

Epílogo

Apostar em nome dele é uma das coisas que nos dois vínhamos fazendo ao longo dos meses já que aparentemente somos extremamente orgulhosos e não deixamos o braço a torcer um para o outro. — Infantil ? Com certeza. — O grande problema é que essas apostas acabaram virando uma questão de honra, se um de nós trouxesse a posta em nome da sementinha, era inadmissível o outro não aceitar, era praticamente uma obrigação.

– Você não ousaria.. -resmunguei, vendo seu sorriso implicante aumentar em seu rosto bonito. – Não sorria assim, não consigo decidir se quero te socar ou te beijar.

Ele gargalhou fazendo seus olhos se fecharem e a visão mais linda do mundo desenrolar em minha frente, eu nunca me cansaria de ver sua felicidade.

– Eu já ousei. -ele respondeu, dando de ombros. – E você sabe que pode fazer os dois. -ele deu uma piscadela antes de se sentar novamente, sumindo de minha visão.

– Tks. -revirei os olhos, me deitando novamente e repousando a mão sob minha barriga avantajada. – Quando você se tornou uma masoquista?. -ele riu atrás da tela, me fazendo revirar os olhos novamente. – Diga sua aposta.

– Se a sementinha for menina, você vai ao psicólogo. -ele respondeu enquanto se abaixava para pegar um balde de tinta. – Se for menino, você vai ao psiquiatra.

– Que tipo de aposta é essa? -reclamei irritada, acariciei a barriga automaticamente enquanto esperava que ele pudesse ver meu rosto bravo atrás dessa tela. – Odiei, eu saio perdendo de todas as formas.

– Errada, você é a única ganhando. -eu definitivamente quero socar ele agora. – O que você sugere então? -escondi o celular rapidamente quando sua cabeça apareceu na lateral da tela, me pegando na hora em que tirava foto de seu pé ensopado de tinta verde.

Sorri me virando no sofá, para fugir de sua cara ranzinza, ele me obrigaria a apagar essa foto mais tarde. – Se for menina eu vou ao psicólogo, se for menino eu quero massagem de corpo todo até o dia em que ele nascer, a hora que eu quiser, onde eu quiser.

– Mulher exigente. -ele suspirou, se escondendo atrás da tela novamente. – Fechado.

Sorri para mim mesma, me aconchegando entre as páginas do meu livro novamente, nem um pouco preocupada com a atual aposta, eu sabia que era menino, eu sinto isso, as pessoas dizem que mães tem conexões com seus bebês certo? Eu eu sei o sexo do meu filho e eu vou ganhar essa aposta e receber massagens pelo resto da gestacao... é a personificacao do paraiso para gravidas.

Ouvi a risadinha de Minghao atrás da tela, me desconcentrando da minha leitura atual, larguei o livro de lado, curiosa com o que ele está pintando. Levantei do sofá, caminhando em sua direção sorrateiramente, ele sorriu para mim assim que parei ao lado da tela, ainda sem conseguir vê-la. Seu braço se ergueu em minha direção, sorri aceitando sua mão que me puxou para seu colo com delicadeza, sentei em uma de suas pernas contornando o braço em seu pescoço, rindo enquanto ele beijava o meu rosto suavemente.

– Hao... -o fôlego escapou de meus pulmões ao observar a pintura que se criava na tela em minha frente, uma cópia quase idêntica de minha imagem, deitada no sofá em nossa frente... era eu o tempo todo. – É lindo.

Ele sorriu, beijando minha mandibula. – Você é minha maior musa. -ele sorriu, apoiando o queixo em meu ombro, observando a tela juntamente a mim.

Dei um pulo em seu colo, ao me assustar momentaneamente com o movimento familiar dentro de mim, ele começou a se movimentar nos últimos meses, se mostrando presente ao longo dos dias com pequenos chutes e mãos em minha barriga, sorri pegando a mão de Minghao e guiando no exato lugar onde a sementinha está se movimentando. Sentir ele se mexendo é com certeza uma das melhores sensações do mundo, uma dádiva dada a mim, algo que eu nem sei se merecia.