Tempo de tempestade

Start from the beginning
                                    

s/n sentiu um aperto no coração ao ouvir as palavras de Fernanda, mas não desistiu. Ela estava determinada a provar que merecia uma segunda chance.

"Eu entendo que vai levar tempo, Fernanda, e estou disposta a esperar. Só quero que saiba que estarei aqui, fazendo tudo o que estiver ao meu alcance para mostrar que você pode confiar em mim novamente," afirmou s/n, sua voz carregada de sinceridade.

Fernanda olhou nos olhos de s/n, vendo a determinação e o arrependimento genuíno em seu olhar. Por um momento, uma faísca de esperança brilhou em seus olhos, e ela se permitiu acreditar que talvez as coisas pudessem ser diferentes. Mas não naquele momento, por isso, ela simplesmente saiu e deixou a s/n pra trás novamente.

A mulher caminhava pelo ambiente, buscando Pitel para desabafar após outra conversa difícil com s/n. No entanto, ao se aproximar do local onde esperava encontrar sua amiga, ela se deparou com Alane, que estava tentando achar uma roupa de Davi.

"Fernanda, você está chorando? O que aconteceu?" A preocupação transbordava na voz de Alane ao se aproximar de Fernanda.

"Eu preciso da Pitel, onde..."

"Vem cá." Alane envolveu Fernanda em um abraço reconfortante, permitindo que as lágrimas da outra mulher caíssem livremente.

"Desculpa... Eu..." Fernanda tentou se desculpar entre soluços.

"A s/n é uma palerma por te deixar assim." Alane continuou, percebendo a confusão nos olhos de Fernanda. "Eu vi vocês duas conversando mais cedo. Não sei o que ela disse, mas é óbvio que te machucou."

Fernanda se afastou um pouco, tentando limpar as lágrimas com as mãos trêmulas. "Não é só por causa dela," admitiu, ainda sentindo a dor da conversa. "É tudo isso aqui dentro... Às vezes, parece demais. E ainda teve o beijo de vocês duas que..."

"Isso foi claramente um delírio coletivo. Aquilo não significou nada. Você deve ter percebido que a s/n é meio impulsiva às vezes."

Fernanda hesitou, mas a sinceridade nos olhos de Alane a encorajou a se abrir. "Ela prometeu tentar reconquistar minha confiança, mas as coisas que disse... Eu não sei se posso acreditar."

"Acho que ela está tentando, de verdade," Alane ofereceu, buscando ser justa apesar de suas próprias reservas. "Mas você tem todo o direito de sentir o que sente. Não se pressione a perdoar ou esquecer antes de estar pronta."

"Eu só queria que as coisas fossem mais simples," Fernanda murmurou, sentindo o peso das palavras.

"Eu sei," Alane concordou, abraçando-a novamente. "Mas se fosse simples, não seria a s/n."

Fernanda sentiu uma vontade de rir, diante do consolo nas palavras de Alane. A dor e a confusão ainda estavam lá, mas saber que tinha apoio de quem ela menos esperava lhe deu um fio de esperança.

"Obrigada, Alane. De verdade," ela disse, um sorriso triste aparecendo em seus lábios, antes de se afastar e seguir caminho até a cama de casal. Totalmente inerte a espera de Pitel que estava discutindo com s/n no jardim.

"Mas você é burra ou se faz?" Pitel disse gritando "Puta que pariu, s/n. Você só tinha um dever: dar um tempo pra Fernanda. Você não faz merda num dia e reconquista a pessoa no outro".

Pitel estava visivelmente irritada, suas mãos tremiam de frustração enquanto ela confrontava s/n. "Você tinha que dar espaço pra ela, entender que ela precisa de tempo pra processar tudo. Mas não, você teve que ir lá e tentar forçar a barra de novo."

s/n se encolheu, sentindo o peso das acusações. A culpa que já a consumia intensificou-se diante da repreensão de Pitel. Ela sabia que a amiga tinha razão, mas seu desejo de consertar as coisas com Fernanda a havia cegado para a situação da outra mulher.

"Eu... Eu só queria tentar consertar as coisas. Eu odeio ver a Fernanda assim, magoada por minha causa," s/n tentou explicar, sua voz baixa e trêmula.

Pitel suspirou, a raiva se dissipando um pouco ao ver o arrependimento genuíno nos olhos de s/n. "Eu entendo que você queria ajudar, mas às vezes a melhor ajuda é dar um passo para trás. Você tem que deixar a Fernanda vir até você, no tempo dela."

s/n assentiu, compreendendo a verdade nas palavras de Pitel. "Você está certa. Eu fui egoísta, querendo consertar as coisas do meu jeito, sem considerar o que a Fernanda realmente precisava."

"É isso. Agora, o que você precisa fazer é dar um tempo pra ela. Seja paciente e mostre com suas ações que você está disposta a mudar as coisas," Pitel aconselhou, sua expressão suavizando.

s/n respirou fundo, aceitando a difícil verdade. "Vou fazer isso. Vou dar o espaço que ela precisa e esperar. Obrigada, Pitel, por me fazer enxergar isso."

Pitel acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco melhor ao ver que sua mensagem havia sido compreendida. "Só quero que vocês duas fiquem bem. E lembre-se, ações falam mais alto que palavras. Mostre para a Fernanda que você está aqui por ela, mesmo que seja de longe."

Com essas palavras, s/n se afastou, reflexiva. Ela sabia que tinha um caminho difícil pela frente, mas estava determinada a fazer o necessário para consertar o relacionamento quebrado com Fernanda. A lição de hoje havia sido dura, mas necessária.

Enquanto isso, Fernanda encontrava algum conforto na solidão de seu canto, perdida em seus próprios pensamentos e sentimentos. A noite prometia ser longa e cheia de reflexões para todos na casa.

Hidden Games  (Fernanda Bande/You)Where stories live. Discover now