Essa calmaria ele vira para o mar e fixa os olhos no horizonte - Existe em você. Essa paz, essa alegria que transborda, ainda existe, por isso que estou aqui. Porque é um lugar que você não pode esquecer. Você vai ver muitas coisas Levi, mas sempre terá uma escolha. O que somos ou que você deixa de ser, não é algo definido em pedra, tudo pode mudar.

Pensei que não acreditava mais nisso suspiro e me sento na areia ao seu lado, enquanto ele permanece de pé Às vezes parece que não tenho mais forças para continuar.

Não desista - ele olha para mim Não desista de você.

O que eu sou afinal? Dylan quer me matar e nem ao menos pude pensar em uma defesa para mim mesmo. Sinceramente, parecia até mesmo certo sorri sem graça.

— Não sei...— responde ele com ar pesado.

Mas você sabe do que é capaz, não é? outras mãos pousam sobre meus ombros e o sussurro ecoa rente ao meu ouvido.

As ondas azuis começam a se manchar em vermelho, até o mar rubro se desfazer diante de mim. As nuvens ficam escuras, o ar fica pesado. Minha pele arrepia, meu coração dispara e começo a tentar me afastar assustado, arrastando meu corpo para trás pela areia, mas as palmas em minhas costas, me seguram me com força, me mantendo onde estava e em pouco tempo sinto o líquido morno e vermelho tocar os meus pés... era sangue. O que era mar, agora era apenas o vermelho sombrio. A calmaria havia acabado. As rosas brancas que sempre acompanhavam meus sonhos, agora eram apenas pétalas rasgadas e espalhadas pela areia, o que me deixa ainda mais tenso.

Levi! Acorde! - meu outro eu pula sobre meu colo e segura o meu rosto com força, mantendo meu foco em suas órbitas tão familiares. Sua expressão era tensa, um completo oposto ao que vi quando o encontrei Acorde! Acorde!

Somos um só... os dedos do desconhecido entrelaçam os da minha imagem duplicada e me sinto sufocado entre os dois Você não pode fugir. Agora sim... Acorde, Levi... 3,2,1

Abro meus olhos tão rápido que parecia que eu simplesmente tinha ligado um interruptor na minha mente. Minhas órbitas buscavam reconhecer os contornos do cômodo. O cheiro , as cores, qualquer coisa que puxasse minha completa consciência, até que finalmente reconheci. Estava no meu quarto. Me sento devagar na cama , coloco a mão sobre o meu peito e ele parece acelerado. Respiro fundo uma ou duas vezes e tento organizar minha mente que parecia perdida e em órbita.

— Acordou... Graças a Deus — Minha mãe aparece na porta com uma bandeja de comida em mãos e entra no quarto. Deixa o café de lado e corre em minha direção. Sentando na minha cama e deslizando as mãos sobre meu rosto.

— Preocupei a senhora? — pergunto abrindo um sorriso e beijando sua mão.

— Não ... Eu sabia que você iria acordar, mais cedo ou mais tarde — ela beija minha testa com ternura e me sinto bem melhor em segundos com seu acolhimento.

— Como cheguei aqui?

— Peter trouxe você. Disse que te encontrou com a Circe por trás da igreja. Parece que você passou mal e desmaiou durante o festival — diz minha mãe enquanto vou tentando recuperar um pouco da minha memória , mas tudo parecia muito vago.

— Só isso? Não teve mais nada?

— Só querido — ela arqueia a sobrancelha — Peter estava bem preocupado. Depois de tomar um banho e comer, ligue para ele.

— Mas... E a Circe? — questiono enquanto minha mãe vai até a bandeja e serve o suco dentro do copo — Ela disse que tinha trabalho com a tia, mas manteria contato com você pelo celular.

O que existe entre nós ⚣  [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora