Silêncio, Bruno!

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Quando estamos em rede sociais às vezes lemos a seguinte frase:  "pessoas que já tiveram relacionamentos abusivos/conturbados não sabem viver um que seja calmo e sem brigas", ou algo parecido, porém com a mesma mensagem.
Por muito tempo pensei que era impossível não enxergar que um relacionamento não é conflituoso e não é preciso ficar arrumando briga todo momento ou pisando em ovos esperando a qualquer instante o outro se virar contra você e finalmente aquelas paranóias que passam na cabeça vão se concretizar.
Mas quando mais da metade das pessoas que passam na sua vida te trataram como descartáveis ao ponto de não ligar para os seus sentimentos é bem complicado aceitar o amor genuíno quando ele aparece. Mesmo vendo, sentindo e quase tocando com as minhas próprias mãos o amor dele por mim é claro que me vêm pensamentos intrusivos dizendo que uma hora isso acaba e ele vai entender que não gosta de mim de verdade ou tudo isso é uma farsa, uma brincadeira com a minha cara sendo que puff, quem em sã consciência teria tempo para fazer isso com outra pessoa? (De um ponto de vista de pessoa pobre aqui, porque se fosse alguém rico seria possível sim)
Esses pensamentos às vezes não me vencem, mando eles embora (SILÊNCIO, BRUNO!), porém em outros dias conseguem me derrubar ou ficam ecoando ao ponto de mudar meu humor e as pessoas ao redor perceberem.
Nunca tive muitos exemplos na vida de pessoas que posso confiar de verdade e fizessem eu me sentir amado do jeito que sou, sem ficar apontando defeitos, até mesmo pessoas da família não dão o apoio necessário nos momentos em que preciso, nos lugares onde fui obrigado a socializar também não foram nada receptivos e bonzinhos. É muito difícil criar confiança   quando não há exemplos na vida, onde me apego para conseguir isso? Como se constrói alguma coisa sem base?

Sentimentos de um borderlineKde žijí příběhy. Začni objevovat