Capítulo 1: Cafeteria

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Ajeito o balcão escutando o sininho soar indicando que um novo cliente havia chegado. Ergo meu olhar e sorrio simpática, por mais que não seja retribuída.

- Bom tarde. Qual a sua preferência? - questiono com um bloco de notas e uma caneta em mãos, após me aproximar de sua mesa.

- Hum, vejamos... - exclama analisando o cardápio. - Me sirva um cappuccino gelado e panquecas banhadas com mel. - disse, enquanto anotava o seu pedido.

- Ok será servido em uns instantes. - me afastei entrando na cozinha. - Justin, mais um pedido.

Entreguei o papel em sua mão, que agradeceu e me fitou.

- Algum problema? - questiono verificando a minha aparência nas panelas penduras que brilhavam de tão limpas.

- Ah. Não, só que... gostaria de sair um dia desses? - pergunta receoso. - Tudo bem, se não aceitar. Vou enten...

- Vou pensar no seu caso. - é a única coisa que falo antes de sair as pressas, mas, pude escutar seu suspiro, talvez estivesse feliz por pelo menos não dar uma desculpa esfarrada como as interiores.

" Desculpa, tenho que levar meu cachorro no veterinário."

" Hum... que tal quando tirarmos férias, assim aproveitamos sem pensar em trabalhar no dia seguinte e aproveitar o máximo. "

Não tenho cachorro.

Quase nunca tiro minhas férias. Por precisar do dinheiro e guardar o máximo que puder. Se bem que essa desculpa é idiota, ficava tão nervosa que sai qualquer frase sem sentido algum.

Passo pela porta retirando meu avental após ver, Rachel, colocando o seu.

- Já estou indo. - aviso passando por ela. - Amanhã eu fico em seu expediente e você no meu. - ela concorda sorrindo e agradecendo. Rachel, faria alguns exames após alguns incidentes no trabalho.

Saio pela porta vestindo meu sobre-tudo, uma onda de vento bate sobre meu rosto e balança meus cabelos.

Vim para Paris quando completei 16 anos. Na verdade era só uma temporada para passar com minha tia, porém acabei conhecendo um garoto, e no final percebi que era apenas atração física. No início foi complicado por não ser fluente no idioma, e tudo se resolveu quando conheci, Rebecca.

Claro, ela também é brasileira, veio morar aqui com 11 anos. E por ser fluente no idioma, me ensinou pelo menos o básico até eu ir embora.

O que não aconteceu, já que me acostumei e me apeguei a ela.

Ao completar 18 anos, consegui um emprego em uma cafeteria renomada em toda a capital. Com isso, tive o privilégio de conhecer alguns famosos.

Caminho sobre a calçada enquanto observava o céu, iria chover em instantes.

Paro de andar e encaro o carro parado em minha frente com a janela abrindo. Ao ver, Rebecca, sorrio me aproximando e abrindo a porta.

- Oi? Algum babado? - questiona girando a chave e partindo.

- Oi. Sempre tem né? - contei todos as fofocas que presenciei no trabalho a ela, que a cada minuto ria e contava algumas situações engraçadas de seu trabalho também.

- Pretende trabalhar na cafeteria por quanto tempo?

- Hum. Sinceramente não sei. - comecei a refletir. - Como a faculdade, o trabalho, as despesas tem consumido tanto meu tempo, não consegui nem pensar em achar algo melhor.

- Então deixa comigo. - disse parando o carro. - Amanhã te vejo na faculdade.

- O que você pretende fazer? - questiono após sair e fechar a porta. Não obtenho resposta, pois ela já tinha ido embora.

Suspiro e adentro ao prédio.

- Boa noite, Sr. Monrise! - Comprimento o velho porteiro, na casa dos 60 anos.

- Boa noite minha filha, como vai? - questiona simpático.

- Cansada, queria poder dormir até acordar. - confesso, porém tenho a faculdade de manhã.

Entro no elevador e indico meu andar. Abro a minha porta e me jogo no sofá querendo dormir ali mesmo.

CONTÍNUA...

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⏰ Last updated: Mar 27 ⏰

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Será Por Acaso?Where stories live. Discover now