Carta

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No papel que eu encontrei tinha um desenho e várias frases diferentes, ele era amarelado e velho, um pouco rasgado e com marcas de água como se algo estivesse respingando na folha.
Na carta oque me assustou foi as palavras que estavam junto a um desenho de uma árvore sem folhas e que por algum motivo tinha vários olhos.

"Oque está lá fora, não são árvores..." a maior é principal frase que estava na folha era essa, por algum motivo isso me deixou mais aliviado, pois logo passou pela minha cabeça que isso tudo poderia ser uma brincadeira que alguns adolescentes estavam fazendo com migo, apartir daquele momento não conseguia mais levar aquela carta a sério, mesmo ainda assustado eu só conseguia pensar em continuar tomando meu café em paz...

"Bip" O rádio havia feito um barulho, que pelos meus conhecimentos havia alguém tentando me contatar então deixei a folha na mesinha de madeira que reside perto da minha cama e fui verificar o rádio.
- alô?

- olá novato, eu sou o seu vizinho de posto, Gregory da torre oito...

- ah, olá Gregory, eu sou Jonas.

- tô sabendo, Jonas gostaria de te perguntar porque eu ouvi gritos vindos do seu lado da floresta na noite passada, aconteceu algo?

- gritos? Eu não ouvi nenhum grito ontem.

Por mais que eu estivesse com medo eu não havia gritado em nenhum momento na noite passada, será que foi aquela criança que eu ouvi de noite?

- assim novato você não desceu sua torre de noite, desceu?

- n-não senhor...

- que bom, mas novato fique atento viu, não desça sua torre de noite nem encoste nas árvores, caso aconteça alguma coisa seu machado está na parede ao seu lado lembre-se disso.

- t-tudo bem...

"Bip" o rádio desligou, e eu estava um tanto pasmo e apreensivo, as árvores são árvores certo? Porque não posso encostar nelas? Será que tem algo a ver com o papel? Não, acho que não, o papel era só uma pegadinha, né? Bom não quis pensar nisso naquela hora então voltei a fazer meu café como se nada estivesse acontecido já que eu ainda estava com fome...

Mais tarde eu estava checando a floresta com o binóculo quando pensei em pedir para meu irmão trazer a velha arma de nosso pai para cá, já que eu não tinha quase nenhuma habilidade com o machado, não pensei muito e logo mandei mensagem para ele perguntando se ele conseguia trazer a arma, e ele disse que traria a arma no final da tarde.

Quando levantei a cabeça de novo eu vi uma enorme fumaça vinda na parte leste da trilha então fui para o rádio avisar o Gregory do que eu havia visto.

- Gregory, tem fumaça vindo da parte leste do parque, você consegue ver daí?

- consigo, está na sua parte da do parque, vá até lá e veja oque está acontecendo!!

- tá, já estou a caminho.

Eu não demorei muito pois já estava no finalzinho da tarde e lembrando do que o Gregory falou eu acho melhor voltar antes de escurecer. Não demorou muito até eu chegar lá, o sol já estava se pondo quando cheguei. O local era um acampamento que estava totalmente vazio sem nenhum sinal de vida, eu fui até o a cabana e vi um galão de água, que usei para apagar a fogueira que estava no local, assim que eu apaguei a fogueira eh voltei para o posto, não queria estar lá fora quando escurecer.
Assim que eu cheguei na torre o rádio estava apitando então eu fui ver quem era.

- alô?

- ah, grassas a Deus.

- quem é que está na linha?

- eu sou um Viajante, estava acampando aqui perto.

- foi você quem deixou uma fogueira acesa?

- foi sim senhor, eu estava acampando na noite passada quando eu ouvi sussurros antes de dormir, além de estar me sentindo observado. Pela manhã eu acordei e vi que meu acampamento estava todo revirado como se alguém estivesse vasculhando meu acampamento, isso foi o suficiente pra mim sair correndo com o meu rádio a procura de um guarda florestal, mas agora estou perdido na floresta...

- se acalme senhor, eu vou tentar te ajudar...

A noite já havia caído e eu estava muito incomodado com a situação mas mesmo assim é meu dever ajudar a pessoas que estão perdidas na floresta.

- senhor você tem algum ponto de referência que você já tenha passado?

- eu estou perto de uma trilha e a algumas horas eu passei por uma placa que dizia "lago há cinco km".

- você já passou pelo lago?

- não, para falar a verdade eu acho que estou perto dele.

- ok senhor tente seguir a trilha até chegar no lago e depois disso siga a trilha do norte e você chegará na entrada número três.

-...

- senhor?

- eu estou ouvindo os sussurros.

- senhor fique calmo, nós já estamos a caminho.

-...

- senhor? Senhor responda!
- senhor se você ainda estiver aí me responda!!

-...

"Bip" eu desliguei o rádio mas não conseguia parar de pensar no que deve ter acontecido com ele. Ele estava muito assustado e simplesmente parou de responder o rádio.
"Toc toc" alguém havia batido na minha porta, eu rapidamente me levantei e fui até a porta e a abri, era o Silas, que estava trazendo uma caixa com um envelope.

- olá Silas.

- olá Jonas, o seu irmão passou aí e deixou essa caixa para você.

- ah sim, muito obrigado.

- disponha, Bom, estou indo agora fique bem Jonas!

- você também Silas.

O Silas era grande e bem medonho, mas ele é um cara legal eu acho, mas oque mais me deixou intrigado foi que ele voltou para o seu posto de noite, oque será que acontece nesse lugar de noite? Bom eu fechei a porta e fui abrir a caixa com o envelope, no envelope estava escrito a seguinte frase "Espero que dessa maneira você se sinta seguro, e espero que o novo trabalho esteja indo bem, beijos de seu irmão" o meu irmão mais velho se preocupava muito com migo e era um bom irmão. Dentro da caixa estava a arma... a favorita do papai, uma 357 S&W Magnum, eu tinha boas lembranças com essa arma, quando eu meu irmão e meu pai íamos no quintal estourar melancias com ela. Tenho muita saudade dessa época.



Não são árvores...Where stories live. Discover now