prólogo

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Pov Niall

Cambridge, 28 de outubro de 2003

Mais um dia cansativo no departamento tinha se passado, briguei com Liam mais uma vez, igual a todos os dias depois que decidi seguir com o caso do assassino que eu carinhosamente apelidei de "Assassino de sangue verde".

Já estou na esquina da minha casa e mesmo depois de um dia exaustivo, sempre me matenho atento com cada movimentação de pessoas na rua, cada folha que piso, cada folha que do chão cai, cada galho que pessoas apressadamente quebram conforme andam.

Eu parecia ser o único naquela cidade que estava realmente prezando a minha vida de um serial killer que pode muito bem estar me esperando na porta da minha casa.

Talvez eu esteja ficando paranoico com esse caso, são três anos atrás desse desgraçado e ainda sim não temos nenhuma pista do paradeiro daquele maluco.

São mais de trinta e quatro vítimas em quatro anos e sem nenhuma pista, um DNA, um fio de cabelo, uma pegada, qualquer coisa que pudesse indicar quem seria.

Achamos que tivemos sorte no ano de 2003 quando uma pegada foi encontrada no carpete de mais um burguês morto na sua mansão de luxo, porém só indica que a pegada seria do morto, ou seja, trabalho jogado no lixo.

A única coisa que podemos nos questionar sobre é suas vestimentas durante o crime.

Uma das vítimas que conseguiu sobreviver, porém hoje se encontra em um estado mental muito delicado e está sendo tratada em um hospital psiquiátrico, nos contou que o assassino usava terno paletó preto, luvas de couro pretas e uma máscara branca com olhos pretos profundos, e somente.

Liam nos disse para descartar essa opção, já que a vítima é mentalmente instável, mas eu não sou o tipo de cara que descarta qualquer descrição dessas.

Zayn me diz que tenho ficado obcecado por esse serial killer, mas eu discordo, não estou obcecado, eu só quero colocar um fim nesse caso da forma mais rápida possível.

Saindo dos meus devaneios, finalmente cheguei na rua da minha casa, faltava apenas três casas até a minha.

Conforme eu prestava mais atenção na rua, eu notei que tinha uma criança no meu portão, ela estava com a cabeça em seus joelhos, deixando suas madeixas cor chocolate caírem do lado de seu rosto.

Me aproximei mais rapidamente dela e assim que a vi mais de perto pude perceber que era a filha de Harry, o que ela ia estar fazendo no meu portão tão tarde da noite assim?!

— Ei, Luna? O que aconteceu? - Minha voz saiu baixa e acolhedora, me fazendo agachar ao seu lado, assim tendo a audição de seus soluços baixos de choro.

— M-meu pai... - Ela diz entre soluços. — Sequestraram o meu pai.

Por um momento um choque me invadiu, mas não poderia parar no tempo e refletir sobre o que acabei de ouvir, pelo menos não agora.

— Oh meu deus, ok, você sabe quem foi que sequestrou seu pai?

— Eu não vi o rosto dele, eu não vi nada. - Pela primeira vez levantou seu rosto para me olhar nos olhos. — Eu estava dormindo, mas eu acordei com um estralo na sala, eu levantei e fui até lá e tinha um homem com uma máscara horrorosa e ele pegou meu pai por trás, parecendo que ia enforcar ele!

Assentia a cada palavra que ouvia da boca dela.

— E então ele falou algo no ouvido do meu pai e daí meu pai veio até mim e disse que precisava ir mas ia me deixar com você. - Ela fala tudo de uma vez, se engasgando na própria fala antes de voltar a falar. — E daí eles me jogaram aqui e foram embora.

— Luna.. Não se preocupe que nós vamos achar seu pai. - No fundo eu estava com medo igual a ela.

Abri meus braços para demonstrar segurança a ela e logo ela aceitou meu abraço e deitou sua cabeça no meu peito enquanto eu acariciava suas costas com zelo.

Agora além de ter um assassino matando as pessoas de Cambridge, tenho meu melhor amigo sequestrado e a filha dele abandonada no meu portão, que ótimo dia para se ser Niall Horan não é?

— Ele usava terno... - Luna murmurou contra meu peito, chamando minha atenção.

— Quem usava terno?

— Quem sequestrou meu pai. - Ela tirou seu rosto do meu peito para me encarar, agora não parecendo mais tão perdida. — Ele usava terno preto, luvas e a máscara era branca so com dois olhos pretos.

— Tem mais algo que se lembra dele?

— Não, mas no carro ele falou que o FBI estava atrás dele.

Pude sentir meus olhos brilharem, essa pode ser a nossa oportunidade de finalmente pegar o filho da puta do serial killer.

— Tudo bem, isso é o suficiente. - Dei um sorriso acolhedor e finalmente nos levantamos do chão e peguei minha chave para abrir o portão da minha casa para termos um final de noite decente.

[...]

O barulho de fritura da frigideira ecoava por toda a cozinha.

A alguns minutos atrás consegui acalmar Luna e ela acabou pegando no sono no meu sofá e por um lado por estar preocupado com o paradeiro de Harry, fico feliz que ele tenha confiado em mim para deixar sua filha enquanto some misteriosamente da cidade.

Pego uma colher que estava na gaveta da pia e viro o ovo que estava fritando na frigideira, minha janta de todos os dias.

Num estalo, ele está pronto e finalmente posso o comer em paz.

Se não fosse pelo meu telefone tocando em cima do balcão, ao meu lado.

Deixo a colher na frigideira e desligo o fogo para evitar que a minha cozinha pegue fogo.

Sem muita demora, atendo a ligação o mais rápido possível para não acordar Luna que dormia tranquilamente.

De primeira achava que era Liam para me dar algum sermão desnecessário de mais um dos motivos que eu deveria desistir desse caso, ou Zayn me chamando para um bar na esquina do seu prédio para relaxarmos e tomarmos algumas cervejas.

Estranhei quando vi um número desconhecido na tela.

— Alô? - Perguntei relutante e com o tom calmo?

— Eu sei quem é o assassino de sangue verde. - Em tom ríspido, o homem por trás da linha, e a voz era de uma sonoridade que eu tinha muito conhecimento de quem seria.

Green Blood | l.sWhere stories live. Discover now