O Monstro da floresta

Capítulo 4

- Eu..Eu terminei o almoço.

Ele vira o rosto pra mim e por um pequeno segundo consigo ver uma pequena parte do seu rosto que estava com uma cicatriz enorme.Ele se levanta e vai em direção a cozinha sem nem falar comigo.Ele se senta e começa a comer em silêncio.

- Eu..já que vou ficar aqui por um tempo...Eu posso saber o seu nome ?

No mesmo momento em que eu falo isso ele para de comer e me olha.

- Você quer saber o meu nome ?

Pergunta um pouco surpreso pela minha pergunta.

- Bom...já que você é um sequestrador,pode me dar um nome fictício pra que isso não te afete quando eu estiver livre.

No momento em que eu falo isso ele começa a rir de forma que me deixa sem entender o motivo.

- Não vai ter resgate.

Meu coração parou por um momento.

- Como..como assim não vai ter resgate ?

Pergunto sem entender o por que ele disse isso,se ele não pretendia pedir um resgate por que ele me manteria aqui.

- Eu disse que não vou pedir um resgate,não quero dinheiro.

Não,não pode ser,isso não podia ser verdade.

- Então por que você está me mantendo aqui se não quer o dinheiro do resgaste ?

Pergunto já me desesperando.

- Por que eu quero,por que você não me xingou nem atacou a minha casa.

- E a minha recompensa por isso é ficar presa aqui com você !

Falo me descontrolado.Ele era maluco se achava que eu iria ficar aqui de bom grado,eu iria fazer de tudo pra fugir.
O sorriso dele se esvai e ele se levanta da mesa vindo em minha direção.

- Se eu fosse você,baixaria o tom pra falar comigo,já disse que não sou seu amigo.

Fala cada vez mais próximo,mas eu já estavam com tanta raiva que explodi dizendo tudo que estava preso na minha garganta.

- Eu não estou nem aí para o que você  é,a questão é que você não pode me deixar presa aqui,eu sou a FILHA de um dos maiores importadores de petróleo do mundo e eu não vou ficar aqui como seu animal de estimaçã..

Antes que eu termine de falar sinto meu rosto queimar e ser jogado para o lado me fazendo calar a boca no mesmo momento.Ele me deu tapa.

- Eu acho melhor você calar a porra da sua boca antes que eu perca o controle,você é só uma putinha mimada que se acha melhor do que os outros por que seus pais tem dinheiro.

Fala segurando o meu rosto entre sua mão grande.

- Mas adivinha,isso não se aplica aqui,aqui você não é nada.

Nesse momento as lágrimas já escorriam do meu rosto,eu estava com muito medo da quele homem.

- Acho que você não está com fome já que não para de falar merda.

Falou soltando o meu rosto de forma  brusca.Nesse momento eu senti que podia voltar a respirar.Eu seco as lágrimas do meu rosto,tentando me acalmar.

Eu tinha terminado de arrumar a casa e estava exausta,Ele não me deixou comer nada durante o dia todo e meu estômago estava se digerindo.Ele passa os dedos pelos móveis e lança seu Olhar pra mim.

- Acho que é o suficiente por hoje,está na hora de voltar pro porão.

Eu olho pra ele não questionando o que ele disse,meu rosto ainda doia pelo tapa e eu não queria que ele me machucasse de novo.Quando nos chegamos no porão vejo que tem um pequeno colchão velho ali.

- Você vai dormir aqui até aprender a ser um ser humano melhor.

Eu olho pra ele implorando pelo mínimo de dignidade mas ele não muda a sua decisão,então eu não tenho escolha a não ser entrar ali.

- A propósito meu nome é, Niels...

Falta saindo e a única coisa que eu escuto é a porta sendo  trancada.