Capítulo 12: Histórias sob sangue e ossos

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Data de publicação: 01/03/2024
Palavras: 9.919

O ar pesado na sala parecia absorver as palavras de Gideon enquanto ele encarava o locutor com uma mistura de medo e dúvida que dançava em seus olhos

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O ar pesado na sala parecia absorver as palavras de Gideon enquanto ele encarava o locutor com uma mistura de medo e dúvida que dançava em seus olhos.

— Crystalis, a vampira lendária ganhou redenção? - sua voz ecoou no silêncio, carregada de inquietude.

O locutor, com seus olhos tão profundos quanto o abismo, ponderou a pergunta de Gideon antes de responder com uma inquietação na alma.

— Desde a última guerra, seu nome não passou pelos lábios dos vivos. Será que ela sucumbiu na batalha, ou encontrou paz no ocaso?

A menção à última guerra fez Gideon estremecer involuntariamente, lembrando-se dos gritos de agonia, do cheiro de sangue espalhado e das paisagens desoladas marcadas pela carnificina. Aquela batalha cruel havia deixado cicatrizes profundas na alma de todos os que lutaram.

— Estou curioso sobre o primeiro-ministro. Seu nome ecoa na narrativa, mas sua figura permanece nas sombras. Quem é ele realmente? — Gideon indagou, buscando preencher os vazios na história com informações que haviam sido cuidadosamente ocultadas.

O locutor da história, um observador silencioso até então, pareceu despertar diante da curiosidade de Gideon. Seus olhos brilharam com um fogo interior quando ele falou com uma voz que carregava séculos de conhecimento.

— Ah, o primeiro-ministro... Uma sombra entre as sombras, um mestre das marionetes no jogo da política e poder. Mas se quiser conhecer a verdade por trás da máscara, terá que seguir por um caminho de segredos e traições.

A história, em sua fluidez temporal, pausou por um momento para dar espaço a uma narrativa paralela. Uma breve digressão para contar a história de Cytriano, o primeiro-ministro cujas maquinações moldaram os destinos de reinos inteiros.

Subcapítulo 1: maldição ou benção?


Cytriano, o enigmático primeiro-ministro do Império de Partum, uma figura cuja influência se estendia como sombras sobre os corredores do poder. Mas para entender verdadeiramente o homem por trás da máscara política, é necessário mergulhar nas profundezas do passado distante, onde os fios do destino foram tecidos em uma teia complexa de lealdade e intriga.

Há muito tempo, antes mesmo das paredes dos palácios imperiais erguerem-se majestosas, Cytriano já caminhava pelos salões da nobreza como conselheiro real. Sua presença, marcada pela sagacidade e astúcia, era uma constante ao longo das gerações da família Partum. Durante duzentos anos, ele serviu com devoção inabalável, uma rocha imutável em meio às correntes turbulentas da política.

No entanto, para compreender completamente a jornada de Cytriano, é necessário retroceder ainda mais, adentrando um período onde a própria noção de tempo parece desvanecer-se na imensidão dos séculos passados. Há mil e quatrocentos anos, em uma era esquecida pelo mundo, Cytriano viu a luz pela primeira vez, testemunhando o nascimento de um império enquanto ele próprio se perdia nas brumas do tempo. Um tempo em que a juventude e a velhice eram conceitos fugidios diante da eternidade que ele carregava consigo. Um tempo em que sua idade era medida não em anos, mas em eras.

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