But, darling, you are the only exception - Paranore.

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Capítulo 3:

Giulia

Cheguei atrasada em todas as aulas depois da primeira, graças a garota "completamente encantadora e gentil" que devia me acompanhar, ter me abandonado. Por sorte todos os professores pareceram entender o meu caso e me permitiram assistir às aulas tranquilamente, no refeitório tive problema com meu cartão de serviço, então apenas bebi água e li meu livro.
De vez em quando, percebia olhares e cochichos se direcionando a mim,
Coisas normais pelo fato de ser a aluna nova, então não liguem muito.

Quando cheguei em casa, todos estavam espalhados pela sala e meus tios na cozinha fazendo o jantar. Minha tia não pode nos buscar então peguei o Salem e o Sirius e voltamos andando. Foi bem legal, tive que segurar na alça da bolsa do Salem para que ele não saísse correndo toda vez que via uma papelaria ou um animalzinho na rua.
Logo que chegou, foi correndo em direção ao meu pai.

-Ei pai, preciso te contar tudo sobre o meu dia! A escola é enorme, e ...

Não consegui ouvir tudo que ele disse por conta do barulho dos meus primos correndo. Eu comprimentei todo mundo e avisei que iria pro quarto e talvez tomar um banho.
Cheguei no quarto e apenas joguei minha bolsa na cama de pallet, que por sinal estava tão pesada que tive a impressão de ouvir a madeira quebrando. Depois de tomar um bom banho, me senti bem menos cansada que antes, então desci até a sala.
Todos estávamos do mesmo jeito de quando eu cheguei, meus primos correndo e brincando, enquanto Sírios mexia no celular. Salem sentando no colo do meu pai, falando de cada detalhe do seu primeiro dia de aula, e de como fez um novo amiguinho, não parava de elogiar o garoto e dizer como ele era divertido e inteligente. No momento senti inveja do meu irmão, mas fiquei feliz e bem mais tranquila que ele estava se adaptando tão bem e como ele tava se distraído de tudo que aconteceu.

Alguns minutos depois meu irmão chegou e meus tios finalmente chamaram todos para comer.
Nossa família sempre foi grande, mas agora eu tinha a impressão que estava bem maior. Com meu pai, e meus tios, já tinham três adultos à mesa, eu e meus irmãos somavam mais quatros, e meu outros três primos pequenos da idade do Salem também estavam juntos, ou seja, dez pessoas à mesa, obviamente não tinha como colocar as panelas em mesa, e tínhamos que fazer nossos pratos em cima da bancada antes de nos sentarmos.
Como de costume conversávamos sobre nossos dias. O meu pai contou como conseguiu um trabalho lá perto da escola e como poderiam buscar a gente de vez em quando, o Seth explicou que também conseguiu um trabalho como entregador em um restaurante. O Salem falou sobre a lição de casa, já que meu pai não deixou ele repetir sobre a escola e sobre o amigo.

-Preciso fazer um desenho sobre a minha família, a professora disse que posso pedir ajuda de alguém se quisesse! - Ele disse enquanto tentava pegar o garfo de macarronada que sempre caia de volta pro prato. - Pai, você pode me ajudar?

-Olha querido, eu até poderia, mas não acredito que seja a melhor pessoa para isso não... - Ele apontou o garfo em minha direção - A Giulia seria perfeita para isso, na verdade!

-Hum?? - Resmunguei com um monte de macarrão na boca.

-Você pode ajudar o seu irmão com a lição de casa? Tem melhor habilidade com desenho do que eu, querida!

-Ahh, claro pai, posso sim! - respondi puxando o resto de macarrão que estava no garfo. - Depois da janta pequeno? - Acariciei seus cachos - Podemos usar sua nova caixa de lápis de cor, o que acha??

-Sim, sim, sim, vamos!! - Ele comemorou com as mãos pra cima.

-Mas e você, querida? Como foi seu dia? Como é a escola nova?

Entre caninos e olhos vermelhos. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora