Caliente.

214 26 4
                                    

— Espero que não seja muito cedo pra eu vir. — Malena estava do outro lado da porta, com a lateral de seus tênis um pouco molhados, sua mochila também estava em suas costas.
— Não, claro que não! — Esteban diz rápido, quase gaguejando em suas palavras. Ele estava nervoso, mas não queria deixar esse sentimento aparente. — Entra, por favor.  — Esteban diz saindo do caminho, para Malena passar. — Mamá saiu faz tempo, foi na casa da tia dela. — Ele anda sobre o corredor em direção a sala. Malena o acompanha.

— Aconteceu algo? — Malena pergunta. Os dois caminhavam devagar para poderem conversar com calma.
— Perrengues de família. — Esteban dá uma risada  e  afunda as mãos em seus bolsos. Malena ri em seguida singelamente. — Um tio de quarto grau meu acabou batendo as botas. E daí todo mundo da minha família estão igual loucos atrás da herança que o velho deixou. — Ele diz em tom de brincadeira.
— Bem normal. — Malena ri. — Todas as famílias são iguais nisso.

Malena diz e seus olhos vão parar para o sofá da sala, onde avista Matias. Com o olhar caído e uma cara nada agradável.

— Oi, Matias. Esteban me contou, e, eu sinto muito. Muito mesmo. — Malena diz tentando passar um pouco de conforto. Os dois olhavam para Matias com pena, e ele odiava isso.
— Tudo bem, Male. — Ele dá um suspiro e passa as mãos nos cabelos. — Isso iria acontecer alguma hora ou outra. Era só questão de tempo.
— Ainda vai querer fazer a peça? — Malena pergunta. — Se não quiser, a gente entende, tá tudo bem. — Matias a interrompe.
— Eu quero fazer. — O moreno diz com certeza em sua fala. — Nem que isso faça meu pai ter um piripaque. Eu vou fazer. — Ele olha para Esteban confiante, o que faz o loiro faz um sorriso.
— É assim que se faz Matias. Segunda vamos voltar com os ensaios então. — Esteban passa a mão em um dos ombros de Malena. — Não é, Male?
— Claro, claro. Segunda a gente continua. — Ela olha para Esteban e logo depois, para Matias.

Logo, já era tarde. Matias roncava baixinho no sofá, com uma perna para fora dele, o que fazia ele ter certeza que iria acordar com dor nas costas no outro dia. Mas ele preferia qualquer coisa do que ficar em sua própria casa.
Esteban estava em seu quarto com Malena, arrumando as coisas para poderem ir dormir. Ele usava uma blusa branca meio amarelada, com uma estampa da frente, e uma bermuda preta, que ele achava totalmente confortável para dormir. Ele tinha até mesmo um leve apego emocional nela.
Malena usava seu pijama que tinha colocado em sua mala. Ela normalmente não levaria, mas Esteban havia insistido muito para ela ficar lá a noite. Usou a desculpa de que não seria seguro ela voltando sozinha tarde da noite.

— Então, eu durmo no chão e você dorme na minha cama. — Ele diz sentado com as pernas cruzadas em sua cama, enquanto Malena colocava seu celular para carregar. — Ou, eu me junto com Matias na sala. Mas acho que não estou muito afim de acordar com o pé dele na minha cara. — Esteban diz brincando.

— Não, a gente pode dormir na mesmo cama, não tem problema. — Malena diz, dizendo como se não tivesse escolha, como se não quisesse sentir a respiração de Esteban em seu pescoço enquanto ele dormia tranquilamente.
— Por um segundo, achei que fosse discordar. — Ele diz dando um sorrisinho, implicando com Malena. Uma coisa que ele amava fazer todos os dias.
— Você vai deitar ou não? — Malena aponta para a cama. — Ou quer que eu deixei a luz acesas para confortar o seu pavor de escuro?
— Hahaha, muito engraçada você viu. E pro seu governo. — Ele dá ênfase na palavra. — Eu não tenho medo de escuro. — Esteban diz já deitado. Puxando uma coberta para se cobrir e se virando para a parede. Ele queria que Malena deitasse por trás dele. Assim ela o fez.

Malena se acomoda na cama, enrolando seus braços na cintura de Esteban e colocando sua cabeça na curvatura de seu pescoço. O que fez ele suspirar e dizer:

— Poderia ficar assim pra sempre. Sério, Male. Isso é viciante. — Malena ri baixinho.
— Eu também me sinto assim. Eu gosto disso.

Malena diz e percebe que Esteban já caiu no sono. Assim, eles descansam seus corpos juntos, um ao lado do outro.

𝐀𝐌𝐎𝐔𝐑 𝐏𝐋𝐀𝐒𝐓𝐈𝐐𝐔𝐄  - 𝘌𝘴𝘵𝘦𝘣𝘢𝘯 𝘒𝘶𝘬𝘶𝘳𝘪𝘤𝘻𝘬𝘢Where stories live. Discover now