Capítulo Cinco.

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Quase como se fosse para dar algum tipo de apoio, Lúcifer se sentou ao lado de Charlie, com a mão em seu ombro.

Alastor, por outro lado, sentiu desconforto ao sentar-se do lado da rainha, consequentemente, ficando de frente para a dupla de pai e filha.

Não dava para ficar pior, dava?

O demônio estava quase em pânico! O que Lúcifer tinha na cabeça para desafiar uma ordem direta da rainha? Pior, e se Lilith resolvesse descontar a raiva em si?

Baixinho sem noção!

Alastor fingia não perceber os olhares de solsaio que Lilith lançava para si enquanto degustavam sua especialidade.

- Então, o que acharam do meu jambalaya? - Indagou com um sorriso simpático.

- Não estou aqui para conversas triviais. Quanto mais rápido começarmos, mais rápido terminaremos, sim? - Cortou a rainha, lançando olhares de censura para todos presentes, os quais se demoraram um pouco mais na figura cativante de Alastor - Charlie, você pode até manter o hotel como sua casa e a moradia dos seus amigos, mas, terá que finalizar esse seu projeto. - Despejou Lilith, surpreendendo a garota com o pedido inusitado - Você já viu com seus próprios olhos que, os anjos nunca aceitarão essa proposta de redenção, portanto, já é hora de parar, não acha?

- Não, eles têm que aceitar! - Determinada, Charlie estava disposta a discutir pela proposta do Hazbin Hotel - O hotel é justamente para mostrar que demônios merecem uma segunda chance.

- Em primeiro lugar, a mente deles é mais fechada do que você imagina. - Argumentava Lilith, recebendo a concordância imediata de Lúcifer - E em segundo, todas essas almas demoníacas já tiveram uma chance e, mesmo assim, escolheram a desperdiçar. É por isso que estão aqui. Nada mais justo!

- E quanto aos que nasceram no inferno!? - Contra-argumentou a garota, deixando a loira sem palavras num primeiro momento - Eles não merecem nem mesmo uma única chance, mãe?

- Não. Se eles estão no inferno, é porque é aqui que devem permanecer! - Sua voz era intensa, autoritária e poderosa - Caso encerrado, Charlie.

- Claro que não! Ainda existem almas boas misturadas e miscigenadas no inferno, mãe. Isso não é justo! - Prosseguia Charlie, com firmeza - Aposto que com um pouco de tempo, mesmo as almas mais impuras conseg-

- Eu disse; discussão encerrada, Charlie. - Sibilou de forma tão ameaçadora, que Alastor estava com dificuldades em ocultar as tensões que sentia com a presença da rainha.

- É o nosso povo mãe! Não podemos aban-

- EU DISSE DISCUSSÃO ENCERRADA, CHARLIE! - Bradou a mulher, em fúria, causando sustos em todos os presentes - Ponto final! Seu projeto é algo puro e benevolente, completamente diferente do que as almas impuras e demoníacas desse lugar merecem. Seu projeto acaba aqui!

- Ei... Você não está... Exagerando? - Indagava Lúcifer, afim de apaziguar as duas figuras femininas e acalmar a repentina ira de sua ex-mulher.

- Eu não concordo, mãe. Eu acredito que ainda existe o bem, mesmo no inferno!

- Você não sabe o que fala. - Rosnou Lilith, retirando-se abruptamente da mesa - Alastor!

Em um sobressalto, o demônio se pôs a caminhar atrás de Lilith de forma automática ao ouvir seu chamado. Sequer se atreveu a olhar para trás, especificamente para o baixinho, quando saíram da cozinha. E ousou menos ainda, perguntar qualquer coisa sobre para onde estavam indo.

Um deslize com ela e, estaria perdido.

Lilith serpenteava por entre os corredores, irritada e angustiada. Fora tola ao pensar que Charlie a entenderia.

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