Chapter. 39

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Poderia dizer que o sol nasceu, com seu brilho dourado trespassando a janela, e batendo no rosto de quem estivesse dormindo

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Poderia dizer que o sol nasceu, com seu brilho dourado trespassando a janela, e batendo no rosto de quem estivesse dormindo.

Poderia dizer que o dia estava claro, e o primeiro dia do ano seria de sol, perfeito para aproveitarem e passearem pelas belezas da natureza de Lake District.

Mas o dia amanheceu chuvoso e nublado, com rajadas de vento, que faziam os pinheiros dançarem enquanto se molhavam.
Parecia uma valsa depreciativa, onde a chuva havia convidado as árvores para uma dança.

E a maioria das pessoas daquela cabana está dormindo agora, pois a noite passada tinha sido repleta de emoções. Fora que ficaram acordados até muito tarde, porque convenhamos, virada de ano, né?

Somente uma pessoa está acordada.
Uma pessoa que está nos fundos da cabana, sentada na área coberta, numa rede, olhando a chuva.
O clima não poderia ser melhor para combinar com seu humor.

Eu disse que ela era a única acordada? Errei. Tinha mais alguém acordado também.
Scott observa da porta dos fundos, a mulher que ele ama.

Ele até poderia ir até a rede onde Faith está, e consola-la pelo que descobriu sobre a mãe.
Mas ela precisa desse tempo.
É direito dela. Por isso, ele entra de novo na cabana.

Faith não conseguiu dormir durante a noite. Como poderia?
Após Scott ter lhe revelado sobre o real motivo de ele ter se afastado, a anos atrás, todo o mundo dela parece ter sido abalado.

Sua própria mãe fez com que a única pessoa que Faith conseguiu se aproximar e amar, se afastasse. E o pior, a fez acreditar que ele quis esse distanciamento.
Fez ela odiar ele por muito tempo.
Fez ela mentir, e esconder algo que era seu direito saber.

Como Faith iria encarar sua mãe agora?
Ela sabia que sua mãe era uma pessoa difícil, que sempre tentava controlar tudo que tivesse a ver com sua vida.
E talvez, na cabeça dela, isso fosse o melhor para Faith. Porém, a mulher já tinha cansado de ser controlada.

— Tudo bem, querida? — A voz de Larry tira Faith de seu transe, e ela até pensa em disfarçar, e fingir que tudo está bem, como sempre fez.
Mas ela estava cansada.

— Na verdade não... — A confidência faz Larry soltar uma risadinha nasalada, e sem esperar convite, ele se senta ao lado da sobrinha na rede.

— Eu não sou o seu pai, e nem sou tão bom como ele para conversar, mas... Eu estou aqui caso precise de alguém para ouvir. — Isso faz Faith sorrir. Um sorriso pequeno, mas ainda sim um sorriso.

— Você é ótimo tio. Na verdade, você e meu pai são muito parecidos. — Ela diz, e Larry coça o queixo.

— Talvez um pouco na aparência. E até um pouco na forma de pensar, mas acredite... Seu pai tem algo que não sei se eu conseguiria adquirir um dia... — O tio fala, e seu olhar para nas árvores que dançam com a chuva.

Família (Nada) PerfeitaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora