— Dias?
— Você ficou no processo durante uma semana.
— Fiquei dormindo por sete dias? — Ele assente. — Agora sim tive um sono de beleza digno. — Ele ri.
Draco para de rir e me olha sério, logo me lembro do que vi antes de desmaiar, ele estava chorando, mas agora não sei se foi coisa da minha cabeça ou se foi real.
— O que foi? — Eu pergunto alarmada.
— Achei que não ia conseguir resistir... — Ele diz baixo quase não posso ouvir. A preocupação exposta em seus olhos. — Mas você conseguiu e está aqui agora. — Ele entrelaça nossas mãos e beija às costas da minha.
— Estou bem agora, apenas faminta. — Draco assente enquanto lhe dou um sorriso meigo.
— Acho que hoje vai ser a sua primeira caçada. — Eu arregalo os olhos. Draco se levanta e vai até o meu lado do closet. — Não se preocupe, não caçamos pessoas. Pelo nosso bem. — Ele me mostra o que escolheu e eu aprovo.
Me dispo enquanto ele me olha. Quando tiro a blusa do pijama, olho para o meu pescoço encontrando dois pontinhos pretos.
— Seus caninos deixaram dois pontinhos no meu pescoço idênticos aos da minha marca de nascença!
— Marca de nascença? — Draco se aproxima e passa os dedos pela minha marca. Depois tira a mão e me olha sem dizer nada.
Coloco o sutiã e em seguida a blusa de mangas compridas.
— Parece até que fui mordida no seio em alguma vida passada, mas quem morde alguém no seio? — Digo alheia enquanto coloco a calça de coro preto. Draco ri mas não me dá uma resposta.
Me pergunto se essa é a melhor roupa para caçar.
— Como não vamos para muito longe essa é boa. — Eu me assusto quando ouço a voz de Draco dentro da minha cabeça. O olho e ele simplesmente sorri, está começando a usar seus benefícios.
— Seus sentidos estão mais apurados não estão? — Agora ele fala como gente normal. Eu me lembro do que aconteceu mais cedo, o cheiro forte do produto de limpeza e o barulho dos passos na neve. Amarro meus cachos em um coque alto, deixando apenas a mecha branca solta.
— Sim estão, a audição e o olfato.
— A visão, o paladar e o tato também vão ficar, acho que só precisam de estímulo. — Eu assinto.
Draco pega minha mão e me conduz para fora do quarto e da casa. Atrás da casa tem uma floresta extensa e densa. Nós nos aproximamos e quando estávamos quase na entrada da floresta ele nos para.
— Está sentindo cheiro de algo? — Ele pergunta. Nesse momento fecho os olhos e respiro fundo. Abro os olhos rápido quando sinto o cheiro de uma Impala. Sinto minha boca encher de água e meus caninos saírem, em um piscar de olhos vou ao encontro da mesma.
A Impala se assusta e tenta fugir mas algo em mim – talvez instinto – me faz pular em cima dela.
Cravo meus caninos nela e sugo o sangue.
Céus! Isso é quase tão prazeroso como ter um orgasmo. Quando acabo tiro meus caninos dela e me afasto me arrastando para longe. A Impala olha para mim quase sem vida. Aqueles olhos grandes e negros parecem me condenar. Talvez ela tivesse família, o que eu fiz!?
— Calma, isso é normal. — Ouço Draco dizer atrás de mim. Em que momento ele chegou aqui?
Olho para ele com desespero no olhar. Draco se abaixa e coloca sua mão em meu queixo limpando com o polegar um risco de sangue que escorria pelo canto do meu lábio.
— Está tudo bem. — Ele lambe o polegar. — Não adianta se culpar, nas primeiras vezes isso vai acontecer sem que você consiga controlar, assim como aconteceu agora. — Eu olho para a Impala já desfalecida e depois para Draco. Ele tem razão, nem sei como cheguei até a Impala, e não estava pensando em nada enquanto sugava o sangue. Só voltei a pensar quando acabou.
Draco me levanta do chão – com uma facilidade que assusta –, me puxa para si e me abraça. Encosto a cabeça em seu peito ainda horrorizada com a visão da Impala caída no chão.
— Isso não é perigoso? E se eu atacar outras pessoas?
— Você não vai, pode ter certeza. — Ele me aperta mais à ele.
Espero não atacar nenhuma pessoa mesmo, o que aconteceu no momento que senti o cheiro da Impala não é algo que eu consiga controlar.
Eh, agora sou uma vampira.
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O Vampiro que não me ama
VampireQuando a existência dos vampiros foi ameaçada 500 mil anos atrás, os vampiros não viram outra opção a não ser se casarem com humanos e em uma cerimônia especial transformá-los em vampiros e assim continuar a linhagem. E Naomi não escapará à esse des...
► Capítulo vinte e nove
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