Prólogo

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Sábado, 20 de outubro, Albion, Awyland

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Sábado, 20 de outubro, Albion, Awyland

A vida de Zoey nunca fora fácil, mas ao mesmo tempo, era.

Algumas pessoas dizem que você só sabe o que é a dor quando prova ela. A dor pode ser subjetiva: o que um acha doloroso, o outro pode não achar, ou julgar que nem foi tão doloroso assim. Mas quando esse estímulo de dor vem de uma maneira inusitada e de onde você menos espera, pode ser bem pior. E para Zoey isso aconteceu. A dor veio de vários lugares, mas ela sempre teve a mão de sua mãe para segurar-se, e seus abraços para chorar. Halley, sua mãe, fez tudo o que podia para fazer seus dois filhos, Zoey Eileen e William James, felizes, mas uma hora ou outra, algo iria dar errado nessa vida quase perfeita.

— Não fala assim da mamãe, Will. — Gritara Zoey, entrando no meio da briga.

— Essa vadiazinha, não é minha mãe. — Disse Will apontando o dedo na cara de Halley, que tentava conter suas lágrimas de decepção. — Que mãe faria o que ela fez? Me diz, Leen-Leen? Que tipo de mãe é essa que esconde dos filhos que é uma puta que dorme com um homem diferente cada noite?

— É o meu trabalho, James — tentou se defender. Ele riu ironicamente jogando sua cabeça para o lado e suspirou entediado.

— Eu já tô cheio desse papinho de "eu não consegui emprego e essa foi minha única saída". Você tinha escolha e preferiu virar uma puta, do quê arrumar um emprego decente, de gente de bem. Eu tenho vergonha de ser seu filho, Halley.

— Eu já disse pra não falar assim com a nossa mãe, Will. — Os olhos de Zoey estavam cheios de lágrimas, com raiva de seu irmão. Como ele pode falar assim com a mamãe? Era o que ela pensava.

— Meu filho, me escute... — Halley tentou mais uma vez. Afinal ela era mãe, não iria desistir de seu filho assim tão fácil. Mas em um movimento impulsivo, William empurrou Halley, e ela caiu por cima de um centro de vidro. Ele se quebrou em centenas de pedaços com o peso de Halley, e ela cortou-se em alguns cacos de vidro. Zoey imediatamente abaixou ao lado de sua mãe. — Eu estou bem, Eileen.

— Você viu o que você fez, seu idiota?! Ela podia ter se machucado sério. — Zoey levantou vendo os estilhaços do centro enfiados na pele dos seus joelhos, enquanto descia um pouco de sangue pelas suas pernas. — Você é um imbecil, Will.

— Antes imbecil que puta como essa daí.

— Lave a sua boca pra falar da mamãe, porque ela batalhou muito para nos dar do bom e do melhor. Você acha que teria um teto pra morar se não fosse ela? Você deve sua vida a ela. Se a mamãe não tivesse doado parte do fígado para você por causa daquele seu acidente, quando você estava bêbado, nem estaria aqui pra ser um mal-agradecido Você deveria agradecer de joelhos à mamãe por não ter te deixado morrer, Will. Mas o que você faz? Agride ela fisicamente e psicologicamente. Que tipo de pessoa você é, Will? EU TENHO VERGONHA DE SER SUA IRMÃ. EU TENHO NOJO DE VOCÊ. — Em outro movimento impensado, novamente, William ergueu a mão e deu um tapa no rosto de Zoey. Ela ficou imóvel por alguns segundos com o rosto virado, desacreditando totalmente no que tinha acabado de acontecer.

— Leen-Leen, me perdoe, eu não quis... — Ela só ergueu a mão pedindo para ele parar de falar. Sentindo a decepção correr pelo seu corpo e as lágrimas pelo rosto, Zoey andou até a cozinha e pegou uma faca, a mais afiada que tinha, e voltou para sala, onde estava William e Halley. Com as mãos trêmulas, ela levantou o rosto marcado como tapa dele e lhe apontou a faca.

— Vai embora. — Zoey disse baixo.

— Leen-Leen, por favor…

— VAI EMBORA DAQUI, WILL! — Ela o ameaçou ainda mais com a faca, a deixando mais próxima de seu peito.

— Eu vou pegar…

— Não vai pegar nada. Você não tem nada aqui. Todas as suas roupas foram compradas com o dinheiro da minha mãe, por tanto, nada lhe pertence. Eu arrancaria a roupa que você veste, mas seria atentado ao pudor e tem criança na rua. Agora vai embora, porque se você não for, te matar vai ser a coisa mais legal que eu vou fazer com você.

William saiu da casa soltando fogo pelas ventas e batendo a porta com força.

— INGRATO!

Daquele momento em diante, Zoey viu que deveria ser mais forte do que jamais fora. Ela caiu sobre seus joelhos cortados, chorando e deixando a faca cair ao seu lado, e Halley a consolou. Ela podia não parecer preocupada com William, e de fato não estava, Halley sabia que seu filho sabera se virar. Ele tinha emprego e amigos, não ficaria inconsolado.

— Eu vou cuidar de você, mãe. Eu nunca vou te deixar. Eu juro.

Isso aconteceu a quase 5 anos, mas Zoey nunca mais esqueceu essa história e ainda sentia as dores dela. Seu coração ainda via em sonhos aquele tapa chegando no seu rosto quando lembrara de Will e daquela noite chuvosa de outono.

 Seu coração ainda via em sonhos aquele tapa chegando no seu rosto quando lembrara de Will e daquela noite chuvosa de outono

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