O que existe entre nós ⚣ [Concluído]

CHAP - 3.0

Capítulo 03

INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO

Estava bem alheio a tudo quando saí do hospital, minha mente estava preocupada e completamente perdida. Não tinha nenhuma resposta lógica para o estado de Anna, muito menos a sua reação comigo. Aquela visão ainda iria me atormentar por muitas noites, mas nada que a minha insônia, não tenha se adaptado, no entanto não é momento de pensar em mim, começo a tentar lembrar dos detalhes do caso Thalita, o que poderia ter sido deixado para trás. A última frase deixada pela vítima era em latim, a mesma língua que por mais que Anna não soubesse, falou comigo claramente no hospital, mas se eu levar isso em consideração, a probabilidade de me chamarem de louco, é alta, afinal, parece mais uma possessão ou algo sobrenatural.

- Levi? Levi? LEVI! - A voz se faz alta, ecoando por todas as paredes da pequena sala de reunião e me tirando dos meus devaneios.

O dono da chamada, era o delegado Robert. Um homem de quase cinquenta anos, cabelos grisalhos, expressão fechada, roupa social bem alinhada , não muito alto, mas com um corpo um tanto acima do peso. Lembro-me dele em alguns momentos da infância, quando era apenas um policial, que cuidava da segurança das ruas, mas agora estava em um posto mais alto.
Perdi completamente o tempo quando estava preso em meus pensamentos, não prestei atenção em nada da reunião. Meus olhos se prendem no quadro branco com observações em vermelho e fotografias do caso e aos poucos vou retomando a "realidade". Na sala havia exatamente três investigadores e alguns outros poucos policiais, os mesmos que estavam presentes na cena do crime e que estavam dispostos a ajudar com a resolução do caso. Só precisávamos do próximo passo.

- Se está tão disperso, espero que tenha alguma observação sobre o assassinato, certo? - questiona Sr. Robert em minha direção.

- Peço desculpas senhor, mas tenho na verdade algumas perguntas. Thalita estava sozinha no quarto e os pais não ouviram nenhum som? Com a situação do corpo, a vítima sofreu fortes dores, o suficiente para ela tentar gritar e chamar por alguém.

- O assassino pode ter colocado algo em sua boca ou até mesmo feito ela desmaiar antes mesmo de iniciar todo o processo, isso claro se ela realmente foi assassinada - Responde um dos policiais que estava um pouco à minha frente. Ele olha para mim sobre os ombros e sinto um pouco de indiferença vindo de sua parte. Não demora muito para seu rosto voltar para o delegado e fixar sua atenção no senhor Robert mais uma vez.

- O senhor acha que há alguma chance dessa adolescente ter se matado? - Perguntei calmamente, mas por dentro me sentia inquieto com tamanha suposição absurda.

- Essa garota veio da cidade, pode não ter se adaptado aqui e simplesmente sofreu psicologicamente com isso - Ele me responde mais uma vez e dessa vez meu desconforto fica ainda maior, me fazendo soltar um breve suspiro de descrença. Ele continua - O médico legista , afirmou que os cortes nas palmas das mãos de Thalita, eram antigos, ou seja a garota se mutilava com frequência.