"Nascida de pele e osso, sou uma arma letal, treinada para matar, torturar e naufragar qualquer alma viva."
"Eu não sou um mero peão. Eu sou a maldita Rainha desse tabuleiro. O jogo é meu."
"Eu não me curvo e nem me quebro. Eu sou de aço."
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— Mayday mayday! Estamos se-ndo ata-c-ados.- Ouço uma voz vindo do meu rádio que está a centímetros longe de onde estou. Tento aguçar meus ouvidos para escutar melhor o alerta.
— Estã-o-o invadindo a cabine de comando! Re-pi-i-t-o, estão inva-dinn-d-o a cabine de comando.- diz o soldado exalando medo e desespero. Tento miseravelmente me levantar para pegar meu rádio, quando estou prestes a fazer força, uma condolência frustrante de dor me atinge em cheio, pressiono o local onde dói e vejo minha mão mergulhada em sangue.
— Que porra??- sussurro em meio a tanta dor. Eu levei um tiro. Não é grave. Deixo minha cabeça pendoar para trás e me encosto novamente na grade de ferro. Uma lágrima de insuficiência escapa dos meus olhos e um suspiro cansado e doloroso chacoalha de meus lábios secos e cortados. Tento respirar minimamente para o ferimento não doer. Olho em volta do meu colete e vejo que estou desarmada, e meu parceiro se separou de mim durante a troca de tiros. Tenho apenas uma faca e munição. Fui mandada para o combate à mando do Tenente-general Orlov, codinome: Cabo-O27 com a missão de reforçar a segurança do protocolo A-CN-. Leva 24 minutos para que um míssil nuclear lançado atinga seu alvo nos EUA. No caso de um ataque nuclear, as forças dos EUA teriam metade disso. 12 minutos para destruir os mísseis ainda no ar. Os EUA só tem duas estações de alerta precoce que podem detectar e derrubar mísseis nucleares. Uma fica no Alasca, em Fort Greely. Fort Greely é um complexo de defesa contra mísseis. A outra é uma plataforma Marítima conhecida como SBX-1. Elas são as bases de interceptores dos EUA. Um míssel desconhecido foi detectado a 12 minutos pelo centro de comando. Só temos informações de que alguém de dentro do complexo acionou o míssil R-CBN36 para o ataque próprio de Fort Greely.
A voz desconhecida no rádio do rádio continua: — Quantos deles tem? Estão por todos os lados. Estão indo rumo ao centro de comando, vão destruir os interceptadores. - Forço meus músculos a se moverem para ir até o rádio. Com muito esforço mando um aviso para o centro de comando.
— Aqui é o soldado N-27 das forças armadas Russas, qual o estado que o centro de comando se apresenta?- Não obtenho nenhum retorno. Ótimo. Tenho que ir até o centro de comando reforçar os soldados e manter o local protegido de ameaças.
Quando estou prestes a levantar, um alerta vermelho é emitido diretamente do centro de comando. Merda. A voz cujo desconheço diz:
— Atenção, isto não é um aviso. Repito. Isto não é um aviso. Estamos com o dispositivo Áries. Só queremos o soldado N-27, entregue-o e iremos embora, caso ao contrario iremos mísseis em todas as cidades dos EUA até encontrarmos o soldado. Nos entregue o soldado N-27. Repito, nos entregue o soldado N-27 e interceptaremos os mísseis .- Meu coração para. O sangue foge dos meus vasos sanguíneos, minha carne se incendia. Meus olhos se arregalam a medida que meus pensamentos ficam claros. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27 Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. oldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27 Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. oldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27 Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Soldado N-27. Sou eu. Eu sou o soldado N-27. Merda. Sou eu. Sou eu. Sou eu. Sou eu. Sou eu. Sou eu. Sou eu. Eu preciso sair daqui. Eu preciso sair daqui. Eu preciso sair daqui. Eu preciso sair daqui. Eu preciso sair daqui. Eu preciso sair daqui. Eu estou ferida. Estou desarmada. Estou sozinha. São eles. Estão atrás de mim. Estão me procurando. Estou numa cova de leões, eles vão me achar. Preciso do meu pai. PaiPai. Por favor, venha me buscar, por favor, papai. Me encontre, eles vão me achar. Isso só pode ser um pesadelo, eu quero acordar. Me acorde, por favor. Deus, se o senhor existir, me tire daqui, por favor, eu juro que lhe seguirei... Quando estou completando meus pensamentos algo pontiagudo e fino perfura a região do meu pescoço me fazendo soltar um arquejo e de repente, eu apago.
— abro meus olhos e os fecho na mesma intensidade, minha visão está turva, está tudo preto. Olho para baixo e vejo uma corda me amarrando e então a realidade me toma como um balde de água congelada. Meus olhos se enchem de lágrimas como um rio nascente. Eles me pegaram. Conseguiram me pegar. Deus me abandonou. Meu pai não veio dessa vez. Vão me matar. Estou amarrada em uma barra de ferro com os pulsos para cima, meus pés estão amarrados com uma tornozeleira de ferro. Meu corpo está despido e...Meu ferimento está curado.
No meu sonho você diz: Enquanto eu estiver aqui, ninguém irá te machucar.
Mas tudo que vejo é a realidade, e você não está comigo.
Se as minhas lágrimas pudessem ser engarrafadas, haveria mares cheias delas. Mãos ficando frias, perdendo sentimentos e ficando velho. Fui feita de uma moldura quebrada. Estou machucada, não posso tremer, cometi um erro. Se soubesse o jeito que desmorono. Eu vou tentar não morrer. Eu vou viver em negação. E todos os planos que fiz?
