Capítulo 1

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Coloquei água em um copo e acrescentei duas colheres de açúcar para ver se ela se acalmava.

— Toma, mãe. — Entreguei o copo na sua mão.

A mulher tremia da cabeça aos pés quando sentei ao seu lado.

— Por que vocês estão brigando de novo? — Isadora perguntou ao entrar na cozinha e ver nós duas sentadas à mesa na cozinha.

— Ele engravidou outra — respondi, suspirando.

— Coitada da criança. — Minha irmã bocejou e sentou-se ao nosso lado. — Vai sofrer igual a uma condenada.

— Mas acho que ele vai embora de uma vez por todas e espero que a próxima notícia seja o enterro — disse,  esperançosa.

— Não fale desse jeito do pai de vocês, Emília. Ele pode ter todos os defeitos do mundo, mas ainda é o homem que escolhi casar e vocês ainda são filhas deles.

— A senhora tem todo direito de ficar triste, mas não peça que a gente sofra junto, porque só nós duas sabemos o que passamos todos esses anos vendo ele ficar agressivo por qualquer motivo — Isadora rebateu.

— É, mãe! Antes sozinha do que mal acompanhada — completei, suspirando aliviada ao ouvir a porta da frente ser batida.

— Nós vamos ficar bem. — Isadora levantou-se e abraçou a nossa mãe.

— Prometo que vou cuidar de você e da mamãe.

— Você só é dois anos mais velha que eu, Emília — minha irmã lembrou, revirando os olhos.

— Mas eu tenho dezoito anos e já posso beber cerveja, segundo as leis brasileiras, enquanto você só pode tomar suco de laranja.

— Você só pensa em álcool, garota! — Ela se solta da nossa mãe e vem na minha direção para me dar um um tapa de leve na orelha.

— Pior é você que fica escrevendo livros de putaria na internet.

— Eu escrevo sim, mas não fico pensando em dar para o próprio patrão igual a você.

— Óbvio, Isadora! Você nem trabalha!

— Eu tô é feita com duas filhas safadas! — A nossa mãe deu uma risadinha forçada, segurou o copo quando ergueu seu corpo trêmulo da cadeira e caminhou com dificuldade até a pia.

— Ué, eu não posso fazer nada se nasci assim, mamãe — brinquei, tentando distraí-la.

— Agora, somos só nós três, meninas. — Minha mãe cobriu o rosto com as suas mãos e começou a chorar.

Eu e Isadora olhamos uma para a outra por alguns segundos  e fomos em direção a nossa mãe para abraçá-la.

Éramos bastante parecidas fisicamente, porém as nossas personalidades eram completamente distintas.

[...]

Esperamos a nossa mãe se acalmar para colocarmos ela de volta na cama e eu decidi que iria dormir no seu quarto para lhe fazer companhia, porque não achei que pudesse ser uma boa ideia deixá-la sozinha.

Fiquei fazendo cafuné até vê-la cair em um sono profundo e saí do seu quarto para limpar a casa e preparar o café da manhã.

Morávamos de aluguel em uma casa com apenas quatro cômodos e um banheiro, o que deixava as tarefas domésticas do cotidiano bem fáceis de serem realizadas.

A minha mãe era costureira e eu trabalho em um bar na entrada da favela Cascavel enquanto a Isadora apenas estuda, afinal, ela só tem quinze anos.

Enquanto limpava e organizava o sofá e a estante da sala de estar, encontrei um vaso quebrado ao lado da mesinha de centro e descobri o motivo do barulho de madrugada.

Na cozinha, havia apenas uma mesa de granito com quatro lugares, uma geladeira, um fogão e duas caixas organizadoras que usávamos para guardar os talheres, pratos e outros utensílios de cozinha, porque o armário havia quebrado há meses e ainda não tivemos dinheiro para comprar outro.

Depois que fiz o café da manhã, deixei tudo brilhando para a minha mãe não ter o que se preocupar e fui acordar a Isadora.

Enquanto a minha irmã tomava banho, dei uma olhadinha no quarto da nossa mãe e ela ainda estava adormecida e pude tomar o meu café da manhã sem preocupações.

[...]

— Me leva até o ponto de ônibus, mana? — Isadora perguntou ao me ver sentada no sofá mexendo no celular.

— Levo sim, só espera eu escovar os dentes e ajeitar o meu cabelo.

Meu coração estava apertado como se algo ruim fosse acontecer e a ideia da minha mãe tentar se matar por causa do meu pai não saia da minha cabeça.

Liguei para o Arthur, o meu chefe, para explicar o que aconteceu e ele liberou que eu trocasse meu turno com a minha amiga para que a Isadora fizesse companhia para a nossa mãe enquanto eu estivesse fora.

[...]

Estávamos chegando no ponto de ônibus quando conseguimos ouvir tiros sendo disparados próximo ao local onde estávamos e corremos em direção pelo caminho que viemos.

Não era a primeira vez que um tiroteio acontecia à luz do dia e infelizmente, não seria a última vez que estaríamos no fogo cruzado.

Para a minha surpresa, ao chegarmos em frente a nossa casa, a porta estava aberta e eu arregalei os olhos ao perceber que alguém poderia ter invadido.

Pelo nervosismo da situação, a Isadora não se atentou a esse detalhe e entrou na nossa casa tão rápido que eu não consegui alertá-la do perigo.

A minha única reação foi correr atrás dela.

Meu coração acelerou e a minha respiração falhou ao ver um homem com uma arma apontada para a cabeça da minha mãe enquanto ela chorava.

— Fecha a porta e não gritem ou vocês vão dar adeus a ela — ele ameaçou.

— Por favor, não faça nada com as minhas filhas — nossa mãe implorou, chorando ainda mais. —  Elas não têm culpa de nada.

— É só vocês calarem a porra da boca que todo mundo sai com vida daqui ainda hoje.

Definitivamente, esse é um dia complicado para a nossa família.

Eu não mudei nada no primeiro capítulo, mas vou detalhar a parte do sequestro e mudarei alguns acontecimentos

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Eu não mudei nada no primeiro capítulo, mas vou detalhar a parte do sequestro e mudarei alguns acontecimentos. Não esperem nada saudável como uma salada, mas também não esperem nada tão tóxico como uma Coca-Cola.

Se quiserem, me sigam nas redes sociais e interajam nem que seja curtindo os stories. Se não quiserem, tudo bem, talvez eu não queira continuar o livro... Brincadeira, brincadeira KKKKKK

 Brincadeira, brincadeira KKKKKK

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ATRAÍDA PELO TRÁFICOOù les histoires vivent. Découvrez maintenant