Monotonia

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[4 de dezembro de 2003]

Ultimamente, cheguei em uma conclusão em relação a humanidade, todos, desde o mais religioso e medroso e até o mais ateu e corajoso, esperam por um milagre especial em momentos difíceis. Isso é o que o Kira passou a significar para as pessoas, um milagre especial, e até mesmo um deus... Não pra mim é claro, com certeza é apenas uma pessoa normal que, sem usar as próprias mãos, consegue matar pessoas e fazer o que muitos consideram... Justiça.

Não importa pra onde eu vá, Kira é a palavra mais usada, isso começou em apenas alguns dias, como se espalhou tão rápido? Eu não tenho nada contra, mas idolatrar tanto alguém, a ponto de tratá-lo como um ser divino... Como isso é ridículo! Me pergunto se o Kira se enxerga assim, eu realmente espero que não.

Caramba, como as pessoas depositam a fé delas em alguém que elas nem conhecem o rosto? Lá no fundo ninguém sabe do que ele (ou ela) é capaz, daqui a pouco vão começar uma investigação, e se ele resolver matar policiais, só pra se manter, eu espero que isso não aconteça, se acontecer, o Kira vai ser tão criminoso quanto qualquer outro bandido morto por ele.

Daqui a pouco vou ter que ir pra escola, mesmo com os olhos fechados, sinto que já é de manhã, meu despertador ainda não tocou, vou aproveitar esse tempo pra repassar tudo o que aconteceu nesses dias...

[28 de novembro de 2003]

Acordo com o som do meu despertador, estico a mão e o desativo. Esfrego os meus olhos e finalmente os abro, a luz invade meu quarto parcialmente, parece um dia bom, me levanto, pego meu uniforme, vou em direção ao banheiro, tomo um banho rápido, me arrumo e pego minha mochila, desço as escadas, chegando a cozinha, me deparo com minha mãe fazendo o nosso café da manhã, minutos depois, meu irmão mais velho Ayato, se junta a nós, comprimento minha mãe com um abraço, em seguida me sento na cadeira acompanhada pelos dois. Essa é a formação atual da família, nosso pai era policial e morreu durante uma operação, infelizmente o criminoso que o matou, não foi punido como deveria, ficou apenas uns 2 meses e depois foi liberado, nossa mãe sente muita falta dele, então Ayato e eu nos esforçamos ao máximo para deixar ela feliz. Ela trabalha em uma lanchonete, a senhora Akemi realmente ama cozinhar, assim como nosso pai, Ayato quer ser policial, já eu prefiro ser uma detetive. No início nossa mãe não quis aceitar, mas aos poucos ela foi cedendo, eu ainda estou no ensino médio, enquanto meu irmão já está quase se formando no curso de direito e já faz estágio em uma delegacia. Espero que eu também consiga.

As conversas se mantêm nos mesmos temas, o curso do Ayato, o trabalho da minha mãe e, até que finalmente a conversa para na minha vida escolar.

- E então - começou minha mãe - hoje você vai receber o resultado do seu exame nacional não é? - com o seu habitual sorriso do tipo "tudo vai ficar bem".

Só que nada vai ficar bem, acontece que eu sou sempre passada pra trás, até porque estudo na mesma escola de Light Yagami, considerado uns dos melhores alunos do Japão, como eu vou conseguir competir com alguém assim?

Estamos no mesmo ano, mas em turmas diferentes e ainda assim, dá pra sentir a pressão, não consigo nem chegar perto dele. E o pior, ele nem se importa com quem está atrás dele, pode ser impressão minha mas eu até acho ele um pouco distante, como se a vida não fosse interessante o suficiente pra ele.

- Sim, mãe, e acho melhor nem esperar muita coisa... - ajo com indiferença

- Ei Yuna, não se preocupe, você ainda fica em segundo, isso já é muito bom - Ayato se pronuncia, tentando me animar.

- Ah claro, só que não é o suficiente... - digo baixo, mas de um jeito que os dois escutassem - logo atrás dele... Como sempre.

- Olha minha filha, ninguém fica no topo pra sempre, nem mesmo esse Light Yagami.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 24 ⏰

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