– Não foi pra pedir um conselho, isso eu te garanto.
– O que ele disse?
Harry dá de ombros.
- Nada demais.
– Me conta. Por favor.
Que tolice.
Antes mesmo de contar, Harry se sente como uma criança boba tentando criar uma intriga.
Mas que se dane.
De que adianta tanto esforço para protegê-los? Ao invés de gratidão, os dois aproveitam a primeira para jogar na sua cara a insatisfação que sentem por isso. Pois vejam só, Harry também não está nada contente com essa situação.
– Preciso te deixar em paz. Estou te distraindo demais. Alguma hora isso vai te atrapalhar. Você vai acabar se perdendo por minha culpa, e ninguém quer isso.
– O quê? Isso não é verdade!
– Você quis saber o que ele disse.
– Bem, ele está errado.
– Tem certeza que você pode refutá-lo assim?! Mesmo que ele não esteja aqui, é seu Diretor Espiritual.
– Tenho o direito de questionar uma injustiça, sim, não importa de onde ela venha. Ora, de onde ele tirou essa ideia? Eu mal te vejo. Mais importante: como ele pode achar que você é uma má influência? Admirável do jeito que é, o melhor amigo que já tive! Ele deveria ter ligado pra te agradecer, isso sim, porque, enquanto minha família tenta incansavelmente me fazer desistir, você torna a rotina aqui mais fácil. Me sinto cheio de vida com você, sabia?! De certezas também. Estou cada dia mais determinado. É desse jeito que você me influencia, então não concordo nem um pouco com ele agora. Ele se equivocou terrivelmente.
Por um quase-nada Louis não hiperventila de indignação. Seus pulmões se expandem e se esvaziam com pressa. Polegares esfregando com ênfase o inferior da costa do amigo denunciam agitação.
s nervos de Harry também não se eximem de uma reação afetada. Pálpebras cerradas com força e rosto contraído numa careta. A impressão de alfinetadas incomodarem seu coração
– Na verdade, o Diretor tem seus motivos pra querer que eu me afaste.
– Não tem, é só uma grande bobagem sem sentido.
– Não é não, Louis.
O que aconteceu não foi a pior coisa do mundo. Foi apenas nojento e vergonhoso. Para ambos. Sem dúvidas o Diretor compartilha dessa mesma opinião. Isso explica sua cautela. Imagine Louis dando ouvidos às confissões do ex-seminarista, o quão desagradável seria para a relação deles.
– Ele adora você, então não quer que você se decepcione - Harry expõe – É uma preocupação bastante válida pra mim.
– Do que você está falando? O que me decepcionaria? Você? Duvido muito.
Quantos lapsos de decepção provocados por ele Louis está desconsiderando agora, só pra agradá-lo? A coisa com Kristen está no topo da lista, certamente. E foi tão recente. Harry tem vontade de sorrir. Mas, enfim, não é essa a questão agora
– Ele não quer que você se decepcione pelo que ele fez. Perderia um grande talento se você ficasse desiludido.
– O que ele fez, Harry?
De supetão, como se por um reflexo, as emoções de Harry se reduzissem à indiferença. Por que raios enrolar tanto pra dizer algo tão simples?
– Você confia em mim, Louis?
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immaculate sin of the lovers • L.S.
FanfictionNem mesmo nos mais tenebrosos pesadelos Harry e Louis imaginariam que, ao invés de renunciarem os próprios corpos para a entrega ao digníssimo amor de Cristo, se encontrariam, na verdade, corrompendo os votos monásticos com impurezas. Enquanto tenta...
vīgintī quīnque
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