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Estar sendo mantida em cativeiro era péssimo, mas ficar presa na casa de três canibais malucos era muito pior. Você tinha que ver aqueles três todos os dias e já não estava mais suportando aquela situação, apenas queria fugir e voltar pra sua casa.
Um temporal estava caindo sobre a floresta e você ainda estava presa naqueles malditos arames farpados. Os canibais estavam na cabana e eles estavam... vendo desenho animado? Os três riam parecendo estar se divertindo muito.
"Retardados"
Você observou eles até que percebeu que um deles observava você. Três dedos te encarava com um olhar diferente. Ele não estava lambendo os lábios e os mordendo como fazia frequentemente, ele apenas sorria. Ele sorria mostrando aqueles dentes ensanguentados. Um detalhe difícil de acreditar era que mesmo sendo um canibal maluco e deformado, era que seus dentes que deveriam ser amarelados na realidade eram muito claros e limpos. Isso não fazia nenhum sentido já que basicamente ele come pessoas e aparenta não escovar os dentes. O que mais esse canibal poderia aprontar?
Observando os três canibais, você viu que eles desligaram a tv e começaram a procurar por algo. Logo eles pegaram toalhas de banho e entraram em três portas diferentes e você pode ouvir chuveiros sendo ligados.
Ok, realmente você não esperava que os três malucos tomassem banho. Nunca tinha sentido um mau cheiro vindo deles mas também até então não tinha visto eles irem tomar banho. Esses caras realmente são estranhos...
Enquanto ouvia algum deles assobiar debaixo do chuveiro, o pensamento de fugir dali passou por sua cabeça. A única coisa que te impedia até hoje eram aqueles malditos arames farpados que estavam te prendendo. Você já havia tentado fugir algumas vezes só que era muito difícil se libertar dos arames. Suas pernas e braços estavam marcados e o sangue dos ferimentos que aquelas coisas causaram em você já estava seco.
Mas com sua força de vontade, você decidiu novamente tentar se libertar. Você fez força e pode sentir os arames ferindo ainda mais seus braços. Continuou tentando se soltar até que sentiu suas pernas sendo feridas. Você parou e gemeu baixinho, além de suspirar.
Você voltou a tentar se libertar dos arames até que conseguiu soltar uma de suas pernas. O sangue estava escorrendo por suas pernas mas isso não ia te impedir. Continuou tentando até que sua outra perna se soltou dos arames.
Você ficou apreensiva ao perceber que os três chuveiros haviam sido desligados e que os três canibais poderiam ver você tentando fugir. Apressou tudo o que você estava fazendo e sentiu um de seus braços sendo rasgado pelos arames. Um grito baixinho saiu de seus lábios, começou a doer muito. Mesmo sendo rasgado, conseguiu soltar o seu braço. A sensação de ser livre e fugir tomou conta de você.
Seus braços e pernas estavam todos ensanguentados e a dor te incomodava muito. Queria gritar mas se fizesse isso poderia chamar a atenção dos três canibais e aí eles poderiam te comer, no sentido literal da palavra.
Com muito esforço você conseguiu soltar seu outro braço e finalmente se soltou dos malditos arames farpados. Seu corpo desabou no chão e você acabou ferindo seu queixo mas não foi nada grave.
Você se levantou do chão e como a porta da cabana estava aberta, instintivamente você correu para fora daquela cabana. Você corria de uma maneira desengonçada já que suas pernas estavam doendo por conta dos ferimentos.
Quando você já estava na mata, um grito alto ecoou por toda a floresta. Era Três Dedos que tinha acabado de ver que você tinha escapado.
O grito de Três Dedos realmente te assustou, era como se ele estivesse muito irritado por você ter fugido. Você tentou acelerar sua corrida, era certeza que logo os três canibais estariam te caçando como predadores.
Sua respiração ficou ofegante e o suor começou a escorrer por seu rosto. Seu coração batia aceleradamente e você acabou tropeçando em um tronco de madeira. O choque entre suas pernas e o tronco quase quebrou suas pernas já que elas estavam fracas por causa da perda de sangue.
Você estava caída e tentava se levantar mas seu corpo não conseguia ficar de pé. Agora suas pernas doíam extremamente depois de terem se chocado com o tronco. A dor fez algumas lágrimas descerem pelo seus olhos e já imaginava que morreria em minutos.
Enquanto gemia pela dor e chorava baixinho, você ouviu um galho sendo quebrado bem atrás de você. Seu sangue gelou e você não quis olhar para trás, já imaginava o que devia ser.
Aqueles segundos de silêncio foram quase intermináveis, isso até você sentir uma pancada forte em sua cabeça. Sua visão foi ficando turva e a última coisa que viu foi um par de botas desgastadas ao lado de sua cabeça.
