3° Capítulo.

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- Não quero somente ouvir, mas ser a causadora deles.

Ela se aproxima mais dos meus lábios, sinto-os se tocarem. Estamos tão perto que sou capaz de sentir o cheiro do vinho na sua boca.

- Se você chegar mais perto de mim, vai ter que me beijar... - Sussurro, desafiadora.

Meu coração acelera, enquanto a ousadia se mistura com a expectativa. Num instante de vulnerabilidade, questiono se deveria dar o próximo passo ou recuar.

- Talvez seja exatamente isso que eu preciso, Lana. - Ela responde, seus lábios a milímetros dos meus.
- Quero sentir como deve ser beijar a minha aluna.

- E se arrepender depois? - Indago.

- Arrependimento é algo que aprendemos a lidar. Às vezes, são as escolhas...

Num gesto ousado, desafiando os limites da moralidade, eu me entreguei à tentação, silenciando suas palavras com um beijo que roubou não apenas a razão, mas também qualquer vestígio de resistência.

Ela hesita no começo, mas logo sinto sua língua buscar vorazmente a entrada em minha boca. A doçura sutil do vinho dança em seus lábios quentes e macios, deixando um rastro viciante. Tento acariciar seu rosto, mas ela guia minha mão para baixo, assumindo o controle com maestria.

Com uma mão firme na minha nuca, a outra deslizando pela minha cintura, ela dita o ritmo do nosso beijo.
Entre mordidinhas delicadas que roubam meu fôlego, meus lábios se rendem involuntariamente, arrancando suspiros descontrolados.
Um sorriso de triunfo se desenha nos seus, como se cada mordida fosse uma vitória sutil, desvendando desejos ocultos em meio a esse nosso "jogo proibido."

- Você sempre foi um desafio irresistível, Lana. - Paola murmura entre os beijos.

- E você, professora, sempre foi minha maior tentação. - Respondo, rendendo-me ao momento, enquanto as palavras escapam de meus lábios com uma sinceridade que só o calor do desejo poderia revelar.

O toque de Paola me dá arrepios, e o beijo é uma mistura de sensações. Meu coração bate rápido, ecoando a intensidade do momento. Paola se afasta, Seus lábios, agora longe, deixam um calor na minha pele, e eu me perco nas emoções nos olhos dela.

- Não dá para ignorar as consequências. O que estamos fazendo, Lana? - A pergunta dela me atinge em cheio, fazendo-me ficar sem uma resposta clara à vista.

- Sejamos egoístas por uma vez, Paola. - Encorajo, sentindo a textura da pele dela sob minhas mãos.

O garçom se aproxima discretamente com a comanda, captando a mudança entre nós, mas mantendo uma postura profissional frente ao que se desenrola.

Paola, enquanto procura sua carteira na bolsa, exibe uma expressão tingida de preocupação. Sinto o peso da realidade retornando, uma mistura agridoce que contrasta com a efemeridade do momento. Em meio à sensualidade, há a consciência das responsabilidades que tentamos deixar para trás, e isso adiciona uma camada de complexidade à nossa fuga temporária da realidade.

- Aqui está. - Ela entrega seu cartão nas mãos dele. - É débito, por favor.

- Deixe que eu pago, Paola.

- Não. Eu pago. - Ela responde seca.

O garçom, em poucos minutos, finaliza o pagamento e se retira.

- Foi muito bom... - Faço um esforço para dissipar qualquer possível arrependimento.

- Eu sei, Lana. Mas será que conseguimos voltar ao normal depois disso?

Enquanto as palavras flutuam entre nós, sinto a incerteza pairando no ar. A conexão intensa que compartilhamos agora se dissolve, dando lugar a um vazio carregado de dúvidas. Cada silêncio parece mais pesado, e o receio de como isso afetará nosso relacionamento quotidiano aumenta.

- Normalidade é meio ilusão, né? - Podemos inventar a nossa, talvez. -Sugiro, buscando conforto na incerteza.

- Eu te levo para casa, vem.

[...]

Saímos juntas do restaurante, chegando ao carro de Paola, um sedã escuro que reflete a sofisticação de sua vida aparentemente perfeita.

Ao entrarmos, Paola inicia o carro, e por instantes, permanecemos em silêncio, cada uma imersa em pensamentos profundos.

- Paola, sobre o que aconteceu... - Começo, mas sou interrompida por seu olhar intenso.

- Lana, por favor, não quero falar sobre isso agora. - Sua voz carrega tensão, e suas mãos estão firmes no volante.

Um nó se forma no meu estômago, uma mistura densa de arrependimento e compreensão.

O peso do silêncio ecoa, enquanto semáforos vermelhos prolongam a agonia. Palavras trocadas no restaurante criam um abismo entre nós. A urgência de resolver o impasse paira, a ansiedade aumenta.

- Paola, eu... - Tento novamente, mas ela me corta.

- Lana, por favor, apenas... espere. Preciso de tempo para processar tudo isso. - Sua expressão permanece tensa, olhos fixos na estrada.

Quando finalmente chegamos, Paola estaciona o carro, mas nenhuma de nós se move imediatamente.

- Lana, isso foi... intenso. - Paola finalmente quebra o silêncio.

- Eu sei. E entendo que agora precisamos lidar com as consequências.

- Paola suspira, desviando o olhar por um momento. - Talvez seja melhor deixarmos isso aqui, pelo menos por enquanto.

Concordo com um aceno, sentindo a complexidade do que aconteceu dobrar diante de nós.

- Melhor eu ir. - Digo.

Paola se inclina na minha direção, seus lábios encontrando os meus em um beijo ardente. Ela desfaz o cinto, enquanto minhas mãos exploram a proximidade que anseio.

- Lana... - Ela murmura.

Descolamos nossos lábios, e eu a encaro.

- Esta noite, Lana. Apenas essa noite. -Ela diz baixinho, pedindo com um misto de desejo e incerteza, revelando o dilema entre entrega e cautela em seu olhar.

Continua...

Como prometido, trago mais um capítulo! Espero que vocês aproveitem. Boa leitura! (Coloquei até uma música para vocês sentirem o clima...)

Spoiler: Mal podem imaginar o que está prestes a acontecer. 👀 Preparem-se.

Querem que continue?

Atração IlícitaWhere stories live. Discover now