the lovers | zylie II

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- Tudo bem, tudo bem - ela assente - estou curiosa sobre ele. Não quis perguntar na frente de todo mundo porque talvez seja algo muito pessoal, mas me conte sobre ele.

Mordo o lábio e sorrio de lado.

- O conheci quando eu estava trabalhando, precisei prender ele por causa do som alto na boate que ele é o dono - conto a mesma versão que meus pais sabem - e... sinceramente? Ele é a melhor pessoa que eu poderia encontrar na minha vida.

- Você o prendeu? Meu Deus! - ela dá risada.

- Uhum, é uma loucura - rio também - ele demonstrou ter interesse em mim desde o começo, mas demoramos um pouco pra nos envolvermos. Ele é incrível, de verdade. Me trata muito melhor do que sonhei ser tratada na minha vida, me ama demais, cuida de mim melhor que ninguém e é o homem mais romântico e apaixonado do mundo.

Suspiro de saudades desse Zayn.

- Estou muito feliz que você encontrou alguém assim pra você, Ky. De verdade - ela sorri pra mim - mas... e por que você parecia meio tristinha quando nos encontramos?

Pensando bastante se eu deveria ser sincera com ela sobre isso, mas acho que preciso mesmo conversar com alguém de fora pra ver se me ajuda em algo na organização das minhas ideias.

- Acho que posso dizer que estamos passando por uma pequena crise no relacionamento - tento escolher as melhores palavras.

- Estão? O que aconteceu? - ela se senta parecendo estar preocupada.

- Nós já tinhamos nos afastado um pouco por causa dos nossos horários de trabalhos incompatíveis, mas ainda assim ele fazia questão de ir pra casa para que nós dois pudéssemos almoçar juntos e passar um tempinho juntos, mas, ultimamente, tudo o que ele sabe fazer é trabalhar. Trabalhar, viajar a trabalho, ir a reuniões de trabalho, fazer hora extra e tal, e isso acabou fazendo com que eu me sentisse sozinha. O almoço era o único tempo que tínhamos juntos, e agora não temos mais.

- Você acho que ele fez isso por mal?

- Não, eu sei que não. Sei que ele quer fazer o melhor dele pra ter os melhores resultados, e sei que ele faz isso por mim. Mas acho que, talvez, ele tenha começado a ficar levemente obcecado com o trabalho e agora só pensa nisso - falo.

Minha amiga assente, parecendo pensar sobre a minha confissão.

- Você precisa que eu fale o que eu acho ou só precisava de alguém pra te ouvir? - ela pergunta.

Os dois, acho.

- Você pode falar, se quiser - lhe dou um sorrisinho mínimo.

- Confesso que me vi muito em você, porque August e eu passamos por isso um tempinho atrás. Sei como é a sensação de estar sozinha, ou a ansiedade em saber se ele vai voltar pra casa ou não. No meu relacionamento, tivemos que sentar pra conversar de uma forma bem radical, porque estava ficando insuportável pra mim. Cheguei pra ele e falei que, se ele não tentasse uma forma de mudar o que estava acontecendo, não tinha sentido continuarmos juntos. Qual a lógica de estarmos juntos apenas em status mas não termos mais nada fisicamente? A gente nem se via direito. Fui meio exagerada, não é?

- Não muito, na verdade. Acho que você foi certa em mostrar essa perspectiva pra ele, inclusive.

- Eu estava muito, muito chateada. Ele tinha me pedido em casamento e do nada houve esse afastamento. Como era pra eu lidar com isso? Como pensar sobre o fato de que o mesmo cara que diz que quer passar o resto da sua vida comigo não estar nem indo dormir em casa? Era aquilo que eu queria pro resto da minha vida? Fiquei me fazendo essas perguntas por um booom tempo. Mas sentamos e conversamos. Ele entendeu, se desculpou e prometeu que ia mudar. Óbvio que não acreditei nas suas palavras, mas fiquei muito feliz e satisfeita quando ele mudou tudo isso por ações.