11. escaping from Azkaban

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— Quando a gente descobriu, ele tentou se afastar da gente, mas não deixámos. Ele ia para a Casa dos Gritos, Dumbledore sabia do problema dele e o deixou ir para lá. Os gritos que eram relatados lá eram dele. Descobrimos uma maneira de o acompanhar, de o ajudar nas transformações. Se fôssemos ter com ele enquanto humanos, ele nos mataria, mas não enquanto animais. Nos transformámos em animagos no nosso terceiro ano, cada um de nós. James era um cervo, eu era um cão negro, e Peter... Peter era um rato. — ao perceber o ponto de Sirius, ela se espantou. — Um rato exatamente igual àquele, Peter era aquele rato.

— Como... como você sabe? Pode ser só um rato qualquer. — ela mal tinha palavras para formular aquela frase. Sirius era um animago? Potter e Pettigrew também? Remus era um lobisomem? Isso explicava o ar exausto de Remus todos os meses, mas, ainda assim, era estranho. Era demasiada informação para tão pouco tempo.

— Na noite em que James e Lily morreram, eu defrontei Peter, e ele, antes de fugir, cortou em dedo. Olha só. — se chegou perto de Yasmin, que tremia, e lhe passou a foto, apontando com o seu próprio dedo para o ombro magro de Ron, onde descansava o pequeno rato.

— Um rato sem um dedo. — ela se admirou ao constatar que a teoria de Sirius não era assim tão louca. Castle abanou a cabeça. — Então é isso? Você está propondo que a gente fuja de Azkaban, a prisão mais segura do mundo - palavras de Fudge, não minhas -, para capturar o rato dos Weasley, que até pode não ser Pettigrew?

— Que é Peter — corrigiu ele. — e salvar Harry. — acrescentou. — Se Peter está à solta por Hogwarts, pode reconhecer Harry e tentar matá-lo como Voldemort tentou. Afinal de contas, Peter traiu todo mundo para se aliar a ele, quem diz que não está tentando voltar com o plano do seu mestre?

Yasmin estava exausta, percebeu ela, tão exausta que até mesmo se viu a, para sua surpresa, considerar o plano de Sirius.

— Tá bom, e como que vai fugir de Azkaban, hein, génio?

— O que você sabe sobre dementadores? — deu um sorriso sem jeito. Essa era a única coisa em que ele não tinha pensado.

— Para sua sorte, muita coisa. — passou a mão na cara e coçou a sobrancelha. Ponderou um pouco. — E, para nossa sorte, eu sei exatamente como que vamos fazer. Dementadores são cegos, sentem apenas nossas emoções. Presumo que você se possa ainda transformar em animago, a não ser que o Ministério tenha noção da sua forma animaga.

— Não têm, a gente deixou em segredo.

— Ótimo, então não tomaram precauções contra isso. Podemos usar isso e passar pelos dementadores, eles não notam quando alguém está em sua forma animaga, não são capazes.

O nervosismo tomou conta de Black ao se deparar com outra pergunta. — E você?

Ela pareceu surpresa. — Eu? O quê?

— Como que você vai fazer? Você não é uma animaga. — ele não iria sem ela, isso era certo. Depois de viver doze anos com ela, não sabia se seria capaz de viver um único dia sem a sua presença.

— Digamos que eu também tenho os meus segredos... — ela soltou a informação e fechou os olhos, receosa pela reação dele. — Eu sou uma animaga, Black.

Os olhos do homem se arregalaram. — Você?! Sem brincadeira! — ele se espantou. — Porquê?

Ela pareceu envergonhada. — Parece uma estupidez quando comparado com a sua história de Lupin e assim, mas Lee, Miranda e eu queríamos um pouco de emoção - em minha defesa, estava no meu quinto ano mais Lee, Miranda no terceiro, e parecia excitante ter um segredo que nos poderia levar a Azkaban. Agora nem tanto. — ela deu de ombros. — Lee era um corvo, Miranda se transformou num cavalo castanho, e eu, você já deve imaginar pelo meu patrono, numa gata branca. — ele olhou para ela com os olhos brilhando, embasbacado. — Pare de olhar assim para mim, cachorro. Temos um plano para fazer.

Apenas no momento seguinte é que ele se apercebeu do que ela quis dizer. — Então você aceita? — ele a olhou esperançoso.

— Claro. — disse como se fosse óbvio. — Achou mesmo que eu te ia deixar acabar com a sua vida sem mim? — ele sorriu para ela, ainda chocado.

— Meu Merlin, quais as chances? — ela perguntou a que ele se referia, e ele logo explicou. — Eu e você, sendo presos quase no mesmo dia, em Azkaban, e ambos sendo animagos. O Universo está mesmo a nosso favor, se isso não for o destino não sei o que é.

— Julgava que você não acreditava em destino.

— Gatinha — ele sorriu de lado. —, quando está relacionado a você, até na pureza de sangue eu era capaz de acreditar.

— Cale a boca, Black.

— Palavra!

— Tá bom, como você queira, mas é bom que você reze a todos seus deuses que isso funcione, Black, porque, se não, não serão eles te matando, serei eu mesma. — ameaçou ela com os olhos semicerrados.

— Seria um prazer ser morto por você, querida. — ele lhe lançou um beijo que ela apanhou com um revirar de olhos.

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A ansiedade era tanta que não permitiu que nenhum dos dois adormecesse. Passaram a noite em busca de um plano para o que fariam quando estivessem fora da ilha.

Não poderiam procurar ninguém, eram criminosos e, certamente, o ministério teria as suas caras espalhadas por todo o mundo bruxo.

— "Prisioneira de Azkaban" parece bem, não? — comentou Yasmin quando os primeiros raios de sol chegaram, olhando, com pesar, para todo o espaço à sua volta.

Sirius sorriu, os olhos dele brilhavam pela mulher a seu lado. — Sem dúvida, gatinha.

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No dia seguinte, o primeiro de agosto, quando a cela se abriu para os dementadores os alimentarem, eles colocaram o seu plano em prática. Pela primeira vez em mais de uma década, Sirius se transformou num cão negro como a noite, magro e alto, de olhos cinza, e Yasmin se transformou numa pequena gata branca assim como a neve, de olhos bicolores. Os pelos do homem se arrepiaram com a sensação velha de estar na sua forma animaga, sofrendo com a nostalgia que o acomodou nos seus braços. A Castle sofreu com o mesmo mal, recordando os tempos com os irmãos.

Procedendo com cuidado, avançaram até aos dementadores. A magreza de ambos pelos tempos passados em Azkaban permitiu que passassem, nas suas formas animagas, por eles sem serem notados.

Uma vez fora das fortalezas de Azkaban, deram por si junto ao mar, e, não sabendo quanto tempo teriam até a sua ausência ser notada, se atiraram para as suas marés escuras.

— E agora? — Sirius olhou para trás, o forte se erguia acima deles, rodeado por mar. Era uma visão aterradora, e ele nunca tivera noção do quão grande e alto era até àquele momento.

Yasmin estava encharcada até aos ossos, a água fria batia contra a sua forma magra, fazendo-a tremer. Ela olhou ao redor, vendo apenas quilómetros de mar para qualquer lado que olhasse. Mar cinzento e tempestuoso, como os olhos de Black. — Agora, nadamos.

NOTAS:

E começamos assim a segunda parte dessa fanfic!
Espero que gostem.

dedicado a l4l13n
por todo o apoio.

𝐒𝐓𝐔𝐂𝐊 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, sirius blackWhere stories live. Discover now