9. dreams and first day at Hogwarts

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- nono capítulo, 1991 -

sonhos e primeiro dia em Hogwarts

ERA FREQUENTE PARA YASMIN ACORDAR COM GRITOS, mas não gritos dela — gritos de Sirius. Sirius sofria com pesadelos grande parte das noites, pesadelos que deixavam Yasmin irritada com o mundo ao acordar e que, ainda assim, a faziam ir ter com ele e se sentar no chão frio lhe passando a mão pelos cabelos grossos e compridos.

Muitas vezes, Sirius sonhava com a mesma coisa: a sua família. Eram sonhos extremamente parecidos e, todos eles, de cenários bem conhecidos pelo garoto.

Se passavam em casa dele, na Nobre Mansão dos Black. As paredes dos cómodos eram como sempre foram, negras e cobertas de memórias que o faziam querer desaparecer. Sirius percorria os corredores da mansão seguindo atrás da voz da sua mãe.

Walburga chamava por ele como nunca antes tinha feito, com a sua voz banhada em carinho e afeto. Sirius seguia a voz de Walburga até à sala de jantar, onde encontrava Walburga sentada à mesa ao lado direito de Orion, que estava à cabeceira. De frente para a mulher, estava Regulus. Todos eles lhe sorriam ternamente.

De repente, Sirius não encontrava mais conforto em seus sorrisos. Pareciam forcados, como se tivessem sido recortados e colados nas caras deles para parecerem reais. Os olhos de Walburga escureceram e o sorriso de Orion caiu, assim como as paredes que agora pareciam tecido.

Sirius já não estava na cozinha, agora estava de frente a árvore genealógica dos Black, olhando para o seu nome ao lado do de Regulus. Viu, com clareza, a sua mãe a queimar o seu nome, e o cenário mudou novamente até estar no seu quarto.

Lá dentro, posters cobriam as paredes para dar a Sirius o conforto que ele não tinha fora dessas quatro paredes. Paredes cor de sangue. Sangue. Estaria ele a sangrar? Ele sentia que sim. Doía-lhe o corpo. Era por isso que a sua mãe estava a gritar? Já não tinha uma voz doce. Pareciam adagas a cravar na sua pele. Ele tinha adagas a cravar a sua pele?

A palavra "Crucios" se estendeu pelo quarto de Sirius como a dor se estendia pelo seu corpo, mas já não era por estar a levar com a maldição, não mais. Era por estar a assistir à sua mãe a amaldiçoar o seu irmão mais novo, que tentava não chorar.

Suor cobriu o corpo de Sirius, e ele se forçou a não acordar. Não podia parar de sonhar, não enquanto Regulus estivesse a chorar. Não o podia abandonar como já tinha feito ao fugir para casa dos Potter, não mais.

Apesar dos seus esforços, Sirius teve que acordar, e reparou na sua face cobertas em lágrimas — era por ter acordado tão cedo ou por não ter acordado mais cedo? Já não sabia, mas se amaldiçoou em pensamento.

A voz de Yasmin passou pela sua mente, sussurrando belas palavras. Era afetuosa como a voz de sua mãe, mas Sirius não acreditava que Yasmin fosse irromper em gritos com ele.

— Sirius? Sirius? Você está a tremer, se acalma, estou aqui. Sirius? Abre os olhos, por favor. Sirius?

O Black abriu os olhos relutantemente, receando ver a cara de sua mãe ao invés da de Yasmin a olhar para ele. Quando o escuro parou de o envolver, deu de caras com um par de olhos de cores diferentes, cores que o convidavam a dançar nos seus sonhos.

— E se eu... e se eu adormecesse com você? Só por um pouco. — ela questionou, o observando. Ele acenou levemente, e deu espaço para que ela entrasse na pequena cama.

𝐒𝐓𝐔𝐂𝐊 𝐖𝐈𝐓𝐇 𝐘𝐎𝐔, sirius blackWhere stories live. Discover now