Obedeci e esperei-a quieta. Minha mente começou a trabalhar, meu estômago se contorceu e a ansiedade de mais cedo retornou. Por que essa confusão estava na minha mente? Por que não conseguia tirar aquela emoção de dentro de mim e tomar decisões racionais quando se tratava de Bryan?

Dei meu corpo a ele, pertencia a ele e era estranho não ter argumentos para rebater e dizer que não era o caso. Negar aquilo só motivaria Bryan a me reinvindicar novamente e novamente.

— Minha mãe está melhor. — Judy voltou e me entregou uma cartelinha. — Ela tinha isso, acho que vai servir para você.

Olhei o comprimido e me encolhi de vergonha. Eu posso ter comentado, esporadicamente, que eu precisaria de uma pílula, já que Bryan estava tão concentrado em dizer que eu lhe devia explicações que sequer colocou um preservativo. Descartei IST's, já que ele estava na lista de doação de sangue, mas uma gravidez não podia ser deixada de lado.

— Obrigada.

— Disponha, Lulu.

Ficamos um tempo conversando, conheci sua casa e vi uma parte de Judy que não conhecia, uma que odiava ficar na própria casa. Por fim, levantei de onde estava e fomos para a porta, segurando firme a cartela na mão. Já havia anoitecido, a lua estava bem a vista no céu junto às estrelas. Saí pouquíssimas vezes do campus desde que comecei a morar lá, mas me sentia bem quando via outras coisas além do meu bairro e lugares próximos.

Peguei o celular para chamar novamente o uber, ciente de que só viemos para deixar os remédios e ir embora. Judy falou com algumas pessoas, seus vizinhos e conhecidos e não notou quando um vulto passou por mim e parou na minha frente, sério e parecendo maior.

— Eu falo que vou no seu quarto à noite e você sai do campus e me deixa esperando? — estava com os braços cruzados, sua boca em linha reta e uma expressão que não parecia ter gostado de ir ali.

Ofeguei de nervoso, seu carro estava estacionado perto e o loiro que andava sempre com ele estava também.

— Mas...

— Não quis acreditar quando Connor disse onde estava.

Connor estava se mostrando um fofoqueiro nato ultimamente e fiz uma nota mental disso. Apertei meus dentes e fechei os olhos quando a mão quente de Bryan rodeou pela minha cintura e colou seu corpo no meu. Seu peito era duro quando ele me fez encostar minha cabeça nele, seu rosto correndo pela lateral da minha bochecha e descendo até meu pescoço.

Bryan aspirava meu cheiro lentamente e me apertou quando terminou sua inspeção. Me mantinha quieta, sem quase respirar, congelada por vergonha de ter mais pessoas vendo aquela ação tão... primitiva. Lhe fitei por baixo dos cílios, ainda sem saber como reagir, mas quando ele estreitou os olhos e pegou da minha mão a cartela, quis cair de vergonha.

— O que é? — perguntou e busquei, inutilmente, pegar de volta.. — Fique quieta enquanto eu vejo isso.

Ele abriu a mão e contemplou o pequeno plástico, depois me encarou sem entender.

— Nem parece que faz medicina. — resmunguei e peguei da sua mão. — É uma pílula do dia seguinte.

Sua expressão foi de surpresa, porém pareceu se lembrar do que ocorreu e concordou, com um sorrisinho de lado, orgulhoso.

— Vou te levar nos dormitórios. — murmurou para mim e levantou a cabeça na direção de Judy. — Não gosto dessa casa.

— Era só não ter vindo. — era a primeira vez que eu via Judy retrucar e Bryan ficou tenso com a voz levemente raivosa da loira.

Logan chamou Judy para ir no seu carro, mas a loira passou por nós, séria.

— Os problemas com sua mãe estão piores? — alfinetou e me apertou nos seus braços, a raiva deles sendo mais importante naquele momento.

Broken Rules - RETIRADA 24/06Where stories live. Discover now