Capítulo 18

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Tudo tem seu risco
Capítulo 18
Não tive cabeça pra ir a aula aquele dia, passei o restante do expediente tensa, ao mesmo tempo que eu queria saber notícias da carta eu preferia esquecer. Mas pelo jeito e pela calmaria o tal do Gigante acreditou na carta, caso contrário eu teria ficado sabendo de algo.
Fui direto pra casa, só queria tomar um banho e tentar dormir, estava fisicamente e mentalmente muito cansada.
Tomei um banho demorado, coloquei uma roupa limpa e confortável, fiz um chá e deitei, me lembrei que tinha um daqueles despertadores a pilha guardados na gaveta, coloquei ele pra despertar e desliguei o telefone, não queria me distrair com nada, queria apenas dormir, aprendi com Fernando que quando a gente não consegue resolver um problema de imediato a gente só precisa dormir, mesmo que pra isso tenhamos que forçar o sono. Contei carneiros, ovelhas, cachorros... E quando estava quase pegando no sono meu interfone tocou
Tomei um baita susto
- Oi
- Dona Eva, tem um rapaz aqui na portaria perguntando pela senhora. A senhora vem atender? Digo que não pode, ou posso mandar subir ?
- Rapaz? Quem é?
Escutei de fundo o porteiro perguntar o nome
- Ele disse que o Henrique que estuda com a senhora
- Ah sim
Pensei por alguns instantes, olhei pra o despertador, era o horário que sairíamos da faculdade...
- É... Diga a ele que eu.. vou descer... Melhor peça que ela suba por favor. Obrigada
Desliguei o interfone, mais uma vez sem entender o porquê daquela atitude de mandar o Henrique subir. Mais uma vez agi por impulso. Meu Deus eu mesma não estava me reconhecendo
Em alguns instantes minha campainha tocou, surpresa alguma uma vez que eu já sabia quem era, mas mesmo assim me surpreendi em abrir a porta
- Oii. Me desculpe aparecer assim sem avisar, juro que tentei, inclusive esse é um dos motivos que me fizeram vir aqui, tentei te ligar desde a hora que tive a certeza de que não ia a aula e me preocupei.. na verdade não é bem uma preocupação.
Eu sorri da falta de jeito com que ele estava falando, visivelmente sem graça
- Entra.
- ah sim - ele me deu um beijo no rosto e entrou
- Bacana seu apartamento
Olhei prós lados e percebi que ele estava sendo muito gentil
O apartamento era minúsculo, 37m² quadrados e quase nenhuma mobília, apenas o básico e essencial pra mim.
- Você achou?
- Sim, pequeno mas acolhedor e aconchegante
- Senta - eu aprontei pra uma única poltrona que tinha na sala - quer uma água, um suco.. quer dizer acho que nem tem suco.. deve ter um refrigerante aqui - eu fui até a cozinha e abri a geladeira - também não tem - voltei com uma cadeira de plástico e me sentei perto dele. - Eu tomei um chá pra tentar dormir, acho que ainda tem um pouco, mas se você quiser posso fazer um café
- Não, não quero nada, eu vim apenas pra ver como você estava, você não é de faltar...
- É eu realmente não estava bem, tô um pouco cansada. Aí quis descansar, até desliguei o telefone
- Poxa vida, me desculpe de verdade Eva, eu não queria atrapalhar, imagina eu fiquei surpresa com a sua visita, porque eu realmente não recebo ninguém aqui, não tô acostumada
Ficamos alguns minutos conversando sobre a aula.
- Mas amanhã eu vou, preciso.
- Bom, vou indo nessa então, mais uma vez me desculpe a invasão. - ele se levantou - nós vemos amanhã?
- Sim
Na porta Henrique me deu um beijo, eu retribui, e o beijo se estendeu. Fomos nos beijando até a poltrona e quando dei por mim estava nua, assim como ele. Ele tirou um preservativo do bolso e colocou com cuidado. Ali mesmo fizemos amor. Começamos ali na poltrona meio desconfortáveis, e terminamos na cama.
Há muito tempo eu não sentia o prazer de um sexo, a sensação de um corpo quando em cima do meu, minhas mãos firmes apertando as costas e sentindo as dele percorrem meu corpo, juntamente com os beijos intensos e desconexos.
- Eu juro que não foi essa a minha intenção em vir aqui, mas eu adorei vir
- Eu também amei a visita
Quando ele saiu tomei um banho e me deitei, adormeci em alguns segundos.
O que me faltava era um sexo gostoso e inesperado.

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