~ Ele disse que você ligaria perguntando. -respondeu a voz melodiosa quebrando meu sorriso na mesma hora.

– Ele? ele quem? -perguntei gaguejando sentindo meus ossos começarem a doer.

~ O cavalheiro que estava te acompanhando quando chegou, madame. -mordi o lábio xingando silenciosamente. ~ Ele passou aqui alguns minutos, nos avisando que por engano pegou a chave quando estava saindo, ele estava com pressa então não pode voltar para entregar e alegou que a madame estava dormindo e nao era para te acordar, contudo, ele nos pediu para avisar que já está retornando então a madame não precisa se preocupar.

– Eu entendo. -respondi sorrindo nervosamente. – Acontece que eu tenho um compromisso agora e eu preciso sair daqui.

~ Ele nos avisou sobre isso também, felizmente o compromisso de vocês foi adiado até de noite, ele pediu que você o esperasse no quarto.  -suspirei agradecendo e desligando o telefone.

Deitei na cama de barriga para cima respirando pesadamente, ela sempre esteve e sempre vai estar um passo à frente de tudo que eu faço, meu estômago doía a cada ar puxado em meus pulmões... mas dessa vez não era de fome... era de medo.

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Acordei do meu cochilo ao ouvir uma porta se abrindo e fechando, cobri meus olhos com o braço aguardando a chegada do segurança Kang em meu quarto... mas nada chegou, não escutei seus passos, muito menos o perfume forte amadeirado, abri meus olhos me sentando na cama desconfiada.

Me levantei caminhando até a sala acendendo a luz, acreditando que talvez sejam a equipe que iria me arrumar para o evento a noite, porém a sala estava vazia, havia apenas meu prato inacabado em cima de mesa e minhas balas perto da porta, conferi as horas no celular, que mostravam faltar ainda duas horas para a equipe chegar... então o'que foi esse barulho?

Caminhei em direção ao quarto jogando meu celular na cama, me sentando ao lado dele com a cabeça encostada nos joelhos, ergui meus olhos para a pequena varanda do quarto ao escutar uma porta de deslizar abrindo e uma conversa em coreano do outro lado, levantei da cama apressadamente abrindo a minha própria porta de correr, ficando de frente para uma mulher alta me olhando assustada na varanda do outro quarto.

– Eu me assustei com algo.. mais tarde eu te ligo. -a mulher alta respondeu a pessoa no telefone, enquanto se afastava da beirada da varanda. – Você é uma perseguidora?

– O'Que? perseguidora do que? -indaguei confusa me aproximando do vão que separava as duas varandas.

– Minha ? -disse franzindo as sobrancelhas. – Foi você que chegou correndo na varanda se aproximando com uma cara assustadora.

– Moça, perdão. -respondi balançando a cabeça e passando a mão pelos meus fios de cabelo. – Eu estou presa no meu quarto a seis horas e sem praticamente comida nenhuma, será que eu poderia pular para o seu quarto? -acrescentei ao ver seu rosto não muito amigável. – Vai ser rápido eu juro, só quero comer alguma coisa porque fugir tá fora de questão.

– Fugir ?? de quem?? -perguntou chegando perto da grade. – Porque você não disse o número da recepção? se você perdeu sua chave eles te dariam outra.

– Eu liguei para eles mas... -parei de falar abruptamente quando me dei conta que não havia maneiras de convencer essa mulher sem explicar para ela a situação, e não havia circunstância nenhuma que eu ficaria vulnerável em frente a uma total estranha. – Na verdade, você está certa, perdão pelo incômodo.

Soltei a barra de ferro de proteção da sacada sentindo meus dedos dormentes, não havia percebido que estava segurando tão forte assim.

– Espera ! -me virei para trás vendo a mulher se apoiar na cerca. – Misericórdia, você parece que vai desmaiar a qualquer momento, venha logo para este lado.

Casamento ArranjadoWhere stories live. Discover now