PRÓLOGO

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                                                                                 PARTE I

                                    "Vou despir pra você cada um dos meus sete véus..."

                                                       (Música SETE VÉUS- FÁTIMA GUEDES)



                                                                                     PRÓLOGO


TRÊS MESES ATRÁS


                                                                          Hafiq Zafir Bin Al Hassan


Eu ando em passos lentos, no meio de um calor infernal, espremendo-me entre os pedestres.

A feira está lotada e ela resolveu justo agora parar em uma barraca de frutas.

Observo-a mais de perto e uma miríade de sentimentos me tomam de forma intensa.

Curioso, eu que nunca fui um homem passional, desde que a vi pela primeira vez, vivo em uma eterna montanha russa de sentimentos.

Ela escolhe algumas frutas, enquanto conversa com o feirante, o coitado do velhinho mostra-se entusiasmado com a atenção que recebe da mulher sedutora que está a sua frente.

Ela segura em seu ombro e prova um morango.

Escorre um pouco de caldo da fruta pelo canto de sua boca, ela limpa os lábios e lambe os dedos com uma desconcertante naturalidade.

Essa visão me deixa tão excitado que chega a doer e isso é muito frustrante.

Frustrante por um único motivo, ela ainda não sabe quem eu sou.

Ela sorri com os olhos e com a boca, a sua intenção não é seduzir, mas ela naturalmente o faz, faz parte de sua natureza feminina, é uma mulher sensual em estado bruto, sem afetações ou joguinhos sexuais.

E continua a caminhar com os quadris ondulantes entre as barracas da feira, uma feirante velhinha joga-lhe um beijo e ela responde entre sorrisos e acenos.

Da última vez que a vi, ela estava apática e anestesiada pela dor, assisti de longe ela ser consolada carinhosamente por seus amigos no enterro de Aziz.

Eu terei que reivindicar a guarda de Kaled, meu sobrinho, em breve.

Certamente haverá confronto entre nós dois.

Mas ainda não é o momento oportuno, por enquanto prefiro me manter distante, tenho que tirar minhas próprias conclusões sobre as acusações de meu pai.

Ela não parece ser uma mulher manipuladora, uma caça dotes.

Entretanto, meu pai insiste que ela casou-se com Aziz por dinheiro e que é uma influência ruim para o futuro de Kaled.

O tempo dirá quem fala a verdade, meu pai ou o meu coração.



OS VÉUS DE ANTÔNIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora