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A sala começou a fazer a contagem regressiva junto com sua mãe quando ele se virou para encarar Hermione. Um belo rubor se espalhava por suas bochechas e seus cachos começavam a se amontoar de volta ao seu caos normal. Mais mechas haviam escapado para emoldurar seu rosto, fazendo com que o antigo grampo de cabelo que ela usava fosse mais uma decoração do que uma ferramenta para manter os fios rebeldes no lugar. Seus olhos quentes dançavam de felicidade na luz fraca da sala e seus lábios há muito tempo haviam perdido o brilho que os cobria, mas pareciam mais tentadores do que nunca.

Ela sorriu para ele. — Oito. Sete.

— É verdade — ele disse.

— Prove — ela desafiou. — Três. Dois. U–

Draco a puxou para si e colou seus lábios nos dela.

Potter havia passado os últimos dez minutos mostrando a ele todas as maneiras pelas quais Draco havia sido um idiota por não ter se arriscado com Hermione. Apontou todas as maneiras pelas quais ela havia demonstrado que se importava com ele e isso abriu seus olhos para mais do que apenas as poucas vezes que Potter sabia. Ele se lembrou de todos os olhares trocados entre eles, das conversas silenciosas e das longas discussões que resultavam em Hermione adormecer em seu ombro. Draco se lembrava de que, toda vez que a via, era como se estivesse vendo-a pela primeira vez. Seu coração gaguejava e tudo o que ele conseguia ver era o sorriso dela. Seus olhos bondosos com tanto calor que poderiam derreter até mesmo o gelo.

Os braços dela se enroscaram em seu pescoço e ele envolveu os seus na cintura dela, trazendo-a para o mais perto possível dele. Ela se derreteu em seu abraço e entreabriu os lábios quando a língua dele pediu para entrar. Os sons de fogos de artifício podiam ser ouvidos junto com os aplausos ao redor deles, mas Draco se recusou a terminar o beijo ainda.

Quando criança, sua mãe costumava lhe contar histórias de um mago corajoso que lutava contra dragões e gigantes para salvar o amor de sua vida, tudo terminando com um beijo e uma vida feliz para sempre. Quando jovem, ele nunca se importou muito com os finais, pois se interessava mais pela ação do que pelo amor. Tendo crescido e passado por uma guerra. Tendo testemunhado a tortura e a morte de malvados e inocentes, ele aprendeu que o amor era muito mais importante do que qualquer outra coisa no mundo. Era a magia mais poderosa do mundo. O que ele levou mais tempo para perceber foi que, mesmo que você encontrasse a pessoa amada, era necessário agir. O risco era necessário. E, até aquele momento, ele não estava disposto a arriscar.

Ter Hermione em sua vida como qualquer coisa era melhor do que tentar e perdê-la de uma vez. Isso foi até hoje. Depois de hoje, depois de beijá-la apenas uma vez, ele sabia que estava disposto a arriscar qualquer coisa para conquistar o coração dela. Beijando-a agora, ele tinha que começar a pensar que ela talvez sentisse o mesmo.

Quando se separaram para respirar, ambos estavam sorrindo como tolos. Ele deu mais alguns beijos rápidos antes de encostar a testa na dela com os olhos fechados. Ele mal podia acreditar que ela estava em seus braços. Que ela estava se agarrando a ele com tanta força quanto ele a ela. Uma parte dele não queria abrir os olhos novamente, temendo que estivesse realmente imaginando tudo isso. Não queria deixar de lado um sonho tão realista. Uma mão tocou sua bochecha, e ele se inclinou para ela.

— Draco — ela sussurrou o nome dele com tanta suavidade que um arrepio percorreu sua espinha. — Abra seus olhos, Draco.

— Você vai desaparecer se eu abrir? — ele perguntou no mesmo sussurro quase imperceptível.

— Nunca.

Ele abriu os olhos e se deparou com o marrom mais interessante que já tinha visto. Uma explosão de estrelas de marrom claro e escuro explodiu ao redor da pupila dela. Uma promessa de calor e amor enterrada em suas profundezas que ele queria olhar todos os dias.

O Começo De Algo Mais {Dramione - Especial De Ano Novo 2024}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora