𝑰𝑰

348 22 0
                                    

Assim que ele desapareceu, a porta de Hermione se abriu com um forte estrondo, revelando uma Pansy Parkinson com cara de escândalo.

— Explique! — ela cruzou os braços e bateu o pé.

— Hum — Hermione sentiu suas bochechas corarem. — Eu tenho que explicar?

— Considerando que estamos nos arrumando na casa dele, acho que sim.

Hermione sorriu e entrou na sala de estar. — Sobre isso... — Ela se virou e viu Pansy estreitar os olhos. — Eu não tive a chance de pegar meu vestido. — Hermione torceu o nariz quando os olhos cor de avelã de Pansy se arregalaram.

— HERMIONE GRANGER! VOCÊ TINHA UM TRABALHO! UM!

— Eu sei, mas veja, eu me distraí um pouco. Havia um canalha e eu não conseguia pegar minha varinha. Fuiparaaloja. Malfoyestavalá. Obeijei. Ocretinofoiembora. Tenteicorrer. Aindanãoconseguiapegarminhavarinha. Concordeiemserseupar. Elemetrouxeatéaqui. Então, veja, o vestido me passou despercebido.

Quanto mais ela falava, mais baixa ficava sua voz enquanto murmurava tudo o mais rápido que podia. Como já estava atrasada, ela não queria discutir os detalhes do que aconteceu ou como se sentiu. Especialmente porque sua mente ainda estava em um turbilhão de lembranças da suavidade dos lábios dele e da maneira como ele se agarrava a ela como se nunca quisesse soltá-la. Se ela fosse honesta consigo mesma, não queria que ele o fizesse.

— Espere um pouco — Pansy acenou com as mãos no ar. — O que você disse?

— O vestido–

— Não é sobre o maldito vestido, mas sobre quem a beijou?

— Oh... — Hermione cruzou os lábios e se sentou no meio da sala de estar antes de despejar prontamente o conteúdo de sua bolsa.

Pilhas de livros, montanhas de roupas, engradados de comida em conserva e uma pilha de tecido que era a barraca caíram depois de várias sacudidas, deixando-a cercada por provisões que valiam por meses até que, finalmente, a varinha de vinhático leve rolou pelo chão até os pés de Pansy.

— Vamos embora, já estamos muito atrasadas. Narcisa vai começar a se preocupar — Pansy estendeu a mão para Hermione pegar depois de um suspiro pesado.

— Oh, só mais alguns minutos. Preciso fazer as malas–

— Não — Pansy olhou para ela. — Você tem carregado essa bolsa por aí há anos. Você não precisa dela.

— Pansy–

— Não! A guerra acabou. Agora, vamos embora!

Hermione cerrou os lábios, mas agarrou a mão de Pansy e se deixou ser puxada para cima. Antes que Hermione conseguisse se firmar embaixo dela, Pansy os puxou para longe. Quando a sensação de estar sendo espremida em um pequeno tubo desapareceu, ela olhou em volta e se viu no meio de uma sala muito grande e extravagantemente decorada.

Suas sapatilhas de balé quase não fizeram barulho quando ela tropeçou no piso de madeira polida. Imediatamente, ela se esticou para não cair e se agarrou à coluna ornamentada da grande cama. As cobertas de seda azul-clara faziam um belo contraste com a madeira mais escura da estrutura. As paredes eram revestidas de um azul suave, com um padrão floral sutil que mal era visível sob a luz do sol quente de inverno que entrava pelas grandes portas francesas que davam para uma varanda.

— Um pequeno aviso da próxima vez — Hermione bufou quando se virou para se sentar na ponta da cama, desejando poder desabar completamente na maciez do colchão. — Afinal, em que parte da mansão estamos? Onde está Narcisa? — Ela perguntou com espanto enquanto tentava ler os títulos dos livros na mesa de cabeceira.

O Começo De Algo Mais {Dramione - Especial De Ano Novo 2024}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora