-Bill... consegue focar nas outras condições? Você só comentou sobre sua forma humana até agora!- Falei, tomando as rédeas da conversa.

-Ham?Ah sim! Bem, a segunda condição era eu buscar redenção pelos meus pecados, conseguindo o perdão dos que eu mais machuquei, que no caso é sua família.- Ele falou ficando um pouco vermelho, parecendo estar sem jeito por ter dito aquilo.

Eu só queria saber por qual parte foi. Ter que pedir perdão ou se arrepender mesmo por nos machucar?

-E a última é a penalidade por eu não conseguir cumprir a redenção. Se eu não consegui o perdão de todos vocês, o perdão sincero, eu... morro.- Ele finalizou com os olhos grudados no chão.

Por um breve momento senti pena dele, o que logo me arrependi.

Ele é o mestre das manipulações. Ele já enganou Stanford, Mabel e eu, não só uma vez. Quem garante que ele não esteja tentando enganar de novo?

-Ata. Você, o grande e temido Bill Cipher, tentando se redimir? Conta outra!- Levantei, indignado. Como ele tem coragem de contar uma mentira dessas?

-Pinetree, você precisa acreditar em mim! Eu sei que não fui dos melhores no passado, mas eu estou tentando mudar! Pela minha vida, mas estou tentando.- Ele disse ainda sentado, mas me olhando desesperado e visivelmente frustrado.

Ponderei um pouco. No fundo eu queria acreditar no Bill. Queria acreditar que ele mudou de verdade. Mas ele me machucou tanto... machucou tanto a minha família.

-Desculpa, mas não consigo acreditar em você. Eu não vou te perdoar, não depois de tudo o que você fez.- Falei firme, vendo então ele se levantar, cabisbaixo.

Ele parecia pensar muito sobre alguma coisa. Então suspirou e ergueu sua mão, como em seus acordos.

-Eu, Bill Cipher, quero que me ajude a ser merecedor de conquistar o perdão de todos de sua família, inclusive o seu, e em troca te dou todo conhecimento que eu tenho, e te ajudo no que precisar e no que eu puder ajudar para descobrir qualquer outra coisa que sua curiosidade perguntar.- A chama azul envolvia sua mão, e seu olhar era sério. Ele se mantia firme, sem exitar.

-E como posso confiar na sua palavra? Você já descumpriu acordos antes.- Falei sem estar convencido. Mas ele já parecia estar preparado para isso.

-Eu posso adicionar um castigo para mim. Se eu não cumprir minha parte você pode me aniquilar, e eu não poderei te impedir.- Ele disse, sem se mover.

Eu não sabia o que dizer. Ele estava disposto a um acordo desses? Em que o mais beneficiado seria eu? Por mais tentador que isso fosse, eu não podia deixar de ficar com um pé atrás.

-Preciso pensar a respeito disso. Não posso finalizar esse acordo.- Não agora.

Ele abaixa seu braço ao mesmo tempo que o fogo se apaga. Ele então suspira de novo, mas dessa vez parecendo cansado.

-Por que humanos são tão complicados?- Ele se senta novamente, deitando sua cabeça para trás e fechando os olhos. -E por que meus olhos estão tão pesados? Minha mente parece querer desligar!- Ele disse indignado.

-Você dormiu dês de que virou humano?- Perguntei, me virando para voltar a analisar os desenhos.

-Dormir? Eu tive alguns apagões enquanto lutava para deixar essas porcarias de olhos abertas. Não sabia que dormir era algo que deveria ser feita com tanta frequência assim.- Ele agora abre os olhos, e consigo ver ele me olhar pela minha visão periférica.

-Você esta muito diferente de quando era um pirralho. Cresceu muito.- Ele falou depois de um tempo me encarando.

Não sei dizer o porquê, mas senti um leve frio na barriga por escutar isso.

Meu maior mistério: VocêWhere stories live. Discover now