Feliz Natal

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E lá estavam no bairro de Soho onde a famosa livraria de Aziraphale estava, mais um dos lugares que os dois sempre passavam juntos, mas a última vez foi bem delicada para a relação dos dois, mas são águas passadas, certo.

Aziraphale e Crowley saíram da Bentley, o demônio com um sorriso incrível no rosto, realizado, sob as nuvens, diferente de Aziraphale, que mesmo feliz por ter passado esses incríveis momentos com Crowley, parecia estar com algo entalado na garganta, mas não queria estragar esse momento magnífico que estava tendo com seu amado.

Os dois entraram na livraria, impressionantemente ela estava do mesmo modo que Aziraphale tinha deixado após acontecimento passados, o santo respira fundo aquele ar de livros antigos de diversos séculos coletando eles, e claro, o leve cheiro de mofo para espantar os clientes para não vender seus preciosos, tudo em ordem, como se fosse mais um dia comum em sua vida de anjo perambulando pelo grandioso planeta terra.

  — É como se eu nunca tivesse saído daqui. —  O anjo fica sorridente ao ver tudo em ordem, terapêutico, tocava nos livros com a grande sensação de nostalgia, nenhum deles com pó ou alguma sujeira, tudo em seu perfeito estado, incomum da parte de Crowley

—  Eu queria deixar tudo em ordem, era o que eu tinha de você aqui, queria deixar… você sabe —  Crowley fica envergonhado pela suas ações, sabia que tinha sido meio pé no chão com Muriel na livraria, então vinha para cá diversas vezes para checar se estava tudo conforme o que seu anjo tinha deixado. —  Mas agora você está aqui, então, bem vindo, novamente. —  o demônio, por estar a vontade, retira os óculos, colocou a mão no ombro do anjo já indo se sentar na poltrona próxima da mesa do anjo, que de forma impressionante estava em ordem, como sempre deixava, suas anotações separadas em um canto, seus lápis e canetas em um potinho de mesa.

O Querubim estava impressionado pela delicadeza de Crowley por ter deixado aquele lugar do jeito mais a cara de Aziraphale possível, sem nem mesmo ele estar por ali, mostra o quanto o ruivo se importava com o anjo, um sentimento forte de tristeza o consumiu sentindo os olhos começando a ficar marejados, seu corpo paralizado ainda a observar o local, o demônio, percebendo que seu anjo estava começando a chorar, se levantou imediatamente até o loiro, segurou seu ombro ficando em sua frente com uma certa preocupação em seu rosto.

— Ei, Anjo, não fica assim, seu idiota, isso não é nada…

— Crowley, eu não posso, eu não posso ficar! —  Aziraphale logo interrompe a fala do Ruivo, o que deixa a serpente confusa  — Crowley, eu tenho que voltar lá para cima, eu sou um Arcanjo, eu não posso ficar aqui, todos precisam de mim — Aziraphale olha diretamente aos olhos de serpente de seu amado, estavam confusos, sentia as mãos quente de Crowley soltar seus ombros e o olhar de Crowley mudar drasticamente, como se uma melodia horrível porém conhecida viesse em sua cabeça, um enorme Déjà Vu.

Crowley se afasta do anjo ainda não parando de olhar para seus olhos marejados, os olhos onde sempre via as estrelas, como sua constelação favorita, sem palavras ou reações, um breve momento, sentiu uma lágrima descer sua bochecha, mas não conseguia esconder tamanha decepção no olhar, fazia diversas perguntas para si mesmo, não sabia como responder nenhuma defendendo seu anjo, sentia um aperto forte em seu coração, o que foi dado tempos depois retirado a sangue frio, mas se perguntava eternamente “por que?” Não sabia mais para quem pedir, para o céu, para o inferno, o mesmo estava desesperado por respostas mesmo não acreditando em nenhuma que sua cabeça automaticamente fazia.

O Querubim limpa as lágrimas dos seus olhos, diferente de Crowley, Aziraphale não conseguia olhar para o demônio, como se algo o envergonhasse disso, Arcanjo Aziraphale, como pode ser o que mais negava ser, podia se comparar a seus irmãos tão desprezíveis quanto, uma grande maldade para alguém que de denomina anjo.

Déjà Vu - Fanfic Aziracrow Where stories live. Discover now