Uma missão de Hermione Granger

Sem mentiras

Severus aparatou do lado de fora dos portões extensos e prateados da propriedade mórbida e sombria dos Malfoy, a qual era perdida entre os vastos extensos e verdejantes daquela região esquecida do Reino Unido. Na verdade, nos últimos tempos não era muito difícil chegar até ali, com todas as mudanças desencadeadas pela chegada de Hermione Granger, qualquer bruxo que demonstrasse o mínimo interesse sombrio sobre magia negra, assassinato, tortura e mutilação contra trouxas, ou qualquer tipo de bruxo que pudessem ter algo a ver com eles, era mais do que bem vindo à Mansão Malfoy para aprender e vivenciar mais sobre a causa genocida defendida e idealizada pelo Diretório Sangue Puro.

Com um aceno de varinha, Snape sussurrou a senha que permitia sua entrada na mansão Malfoy. Como agente duplo, ele não poderia ter acesso direto à Mansão pela lareira, isso levantaria muitas suspeitas para a Ordem. Assim, lentamente, os portões rangeram enquanto se abriram para que o bruxo sonserino pudesse entrar. Após a breve caminhada pela trilha de pedras e cascalho que o levava até a porta de entrada da casa, Severus parou diante do único pedaço de madeira cara que separava os horrores que ocorriam naquela casa do restante do mundo. Após bater a aldrava prateada três vezes sobre a madeira de mogno, o sonserino foi recebido pelo elfo maltrapilho, aterrorizado e torturado que servia à família Malfoy.

- Boa tarde senhor, é com enorme prazer que lhe dou boas-vindas à Mansão Malfoy, estarei a sua disposição para o que precisar e quiser fazer. – o tom de voz do elfo doméstico demonstrava sua exaustão.

Com o recrutamento de diversos bruxos das trevas para a causa de Voldemort, o número de comensais da morte aumentou exponencialmente. Assim, além da presença cruel do próprio Lorde das trevas, os novos e antigos comensais da morte eram convidados a participarem de diferentes atividades... recreativas. Tais atividades incluíam a elaboração e aprendizagem de magia negra, as quais eram utilizadas para mutilar, torturar e assassinar trouxas, bruxos, animais mágicos e elfos domésticos, estes que poderiam ser tanto da família quanto de qualquer outro que pudessem obter para a prática.

Snape olhou de cima a criaturinha maltrapilha, suja e machucada, não se dignando a responde-lo com palavras, mas acenando positivamente com a cabeça enquanto passava por ele. O elfo fraco e exausto atrapalhou-se ao tentar sair do caminho do bruxo de cabelos cumpridos, tropeçando nos próprios pés e caindo fraco sobre os próprios joelhos, mesmo no chão, ofegante e exaurido, o elfo prostou-se profundamente a fim de demonstrar servidão exagerada, a qual estava constantemente habituado a demonstrar nos últimos tempos.

Assim que passou pela barreira do abbafiato, diversos gritos agudos e agoniados inundaram seus ouvidos, o fazendo se tensionar ligeiramente. Severus achava difícil se acostumar com isso, por mais que já tivesse ouvido gritos parecidos ou piores com muita frequência no último ano. Ao avançar e adentrar a sala, se deparou com o horror diante de seus olhos. Haviam mais de uma pessoa ou criatura sendo torturada ali diante de seus olhos.

Elfos. Homens. Mulheres... Crianças.

Todos espalhados pela sala, rodeado por pequenos grupos de bruxos que experimentavam e praticavam feitiços neles. Alguns ensinavam maldições, outros estavam as praticando arduamente a fim de encontrar o tom certo. Outros só queriam realmente torturar alguém.

Sádica miserável.

Pensou rapidamente o bruxo enquanto olhava para a jovem de cabelos insanamente cacheados e desarrumados. Seu prazer era absoluto enquanto apontava a varinha para uma garotinha loira que não deveria ter mais do que 7 anos de idade. Seus olhos e nariz escorriam sangue, o qual estava misturado com lágrimas, suor, ranho e baba. Ao longo de seus braços, haviam arranhões profundos e ensanguentados, os quais foram causados por suas próprias unhas, na tentativa de parar a dor que se alastrou por seu corpo após o Crucio que Bella jogou repetidamente sobre a pequena garota. Pelas roupas da garota, se tratava de uma criança trouxa, o que explicava ainda mais o prazer de Bellatrix em induzir a dor a esta criança.