9. A General

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Deus, isso é estranho. Ava pensa enquanto entra no portal para um mundo onde ela talvez possa estar segura e viver afinal.

Eu me pergunto se é isso que Lilith sentiu ao atravessá-lo. É quase como nadar em gel ou algo assim. Beatrice não ia gostar disso.

Merda.

Ela acabou de me dispensar? Quero dizer, ela não disse que me amava de volta. Eu pensei que tivemos um momento quando nos beijamos. Talvez eu tenha cometido um erro. Talvez não tenha havido momento nenhum e eu só estou sendo estúpida, Ava.

É claro que estou.

Ela é uma freira.

Ela é uma garota. E muito melhor do que eu.

É claro que ela não gostaria de mim.

Droga, meu peito dói. Isso está demorando tanto que eu posso estar morta antes mesmo de chegar aonde diabos estou indo.

Eu realmente fui rejeitada, não é?

Isso nunca aconteceu comigo antes. Claro, eu vivi em um orfanato cheio de freiras odiosas que meio que me rejeitavam todos os dias, mas romanticamente?

Isso é a primeira vez. Dói também.

Bom trabalho, Ava. Assustando Beatrice desse jeito. Estúpido. E se...

Antes que Ava possa pensar em mais alguma coisa, seus pensamentos são abrupta e caoticamente interrompidos quando ela emerge do portal para o outro mundo com um baque surdo, caindo pesadamente no chão. A força do impacto causa dor intensa em seu corpo ferido. Ela está coberta de cortes, e o efeito do diinium em seu corpo a deixa nauseada e fraca, sua visão turva e distorcida pela tontura e visão embaçada. Ela pode sentir que o tempo está se esgotando, e cada movimento que ela faz envia ondas de dor por seu corpo já enfraquecido.

Olhando ao redor, ela percebe que o deserto se estende com suas dunas ondulantes em todas as direções, mas ao longe, ela vê o que parece ser uma cidade. Exatamente como Michael havia descrito. Ava luta para se levantar, sua respiração cansada e irregular, a cada segundo se sentindo mais frágil e exausta, tanto pela perda de sangue quanto pelo calor escaldante do sol castigando sua pele ferida, intensificando a dor.

O cheiro de sangue impregna o ar ao seu redor, e depois do que parece uma eternidade, ela desiste de tentar se levantar. Suas pernas não a obedecem mais. Seus braços estão muito pesados. Tudo o que ela pode fazer, com grande esforço, é focar em continuar respirando e esperar que alguém, qualquer um, venha salvá-la.

E é exatamente isso que acontece. Com um ar de mistério, quase alienígena, e um olhar de compaixão, Reya aparece em seu campo de visão com um sorriso preocupado no rosto.

"Obrigada, Eva. Por finalmente se juntar a mim."

"Eu não acho que eu tive muita escolha, cara."

"Sempre há uma escolha."

"Se você diz..."

"É claro. Eu não deixaria nada acontecer com você, minha campeã. Aqui."

Reya se estende para ela e assim que sua mão toca o corpo de Ava, a dor intensa se dissipa, substituída por uma onda de alívio que percorre todo o seu ser. O rosto da Freira Guerreira se contorce com uma mistura de surpresa e gratidão, e quando seus olhos se encontram, ela vê o olhar de Reya sobre ela, um olhar enigmático, cheio de compaixão e um sorriso sutil como se buscasse uma conexão mais profunda.

É rápido.

"Obrigada, Reya. Por me curar."

Embora ela seja curada quase instantaneamente, leva três dias no mundo humano, equivalente a vários anos no universo de Reya, para Ava finalmente conseguir escapar. E quando ela retorna, sua aparência está mais velha, mais madura.

Sombras do destino: Parte I (A Warrior Nun Fanfic)Where stories live. Discover now