— Tudo certo, vida. E contigo? — Perguntei forçando o tom e apelido carinhosos. Tínhamos uma imagem para manter na frente de nossa família. Rodeei seus ombros com meus braços e aproximei nosso contato em um abraço.

— Não me testa hoje, Maria! — Ela sussurrou entredentes perto de minha orelha, logo deixando um beijo em minha bochecha.

— Não sei do que está falando. — Falei logo me afastando. Senti seu braço me apertar mais contra ela, não deixando que eu rompesse o contato.

— Sei que o Marcos não faria nada para me prejudicar, mas sei o quão persuasiva você pode ser! — Ela falou baixo. — Para de flertar com meu primo, sua vadia!

— Vai começar com isso de novo? — Perguntei, já começando a perder a paciência. — Já falei que não dou a mínima para esse homem! — Revirei os olhos.

— Eu sei muito bem do que-

— Mama, mami! — Anahi foi interrompida pelos chamados de nossa filha, que vinha correndo em nossa direção com os olhos úmidos. Os bracinhos levantados em uma indicação clara que queria colo.

— Ô meu amor, — Eu falei com a voz quebrada, logo levantando minha filha em meus braços. Ela deitou a cabeça em meu peito no mesmo momento. — O que foi?

Anahi olhou para mim com uma expressão de "Nós ainda não terminamos!" antes de voltar os olhos para nossa filha. Seu olhar se transformando em um preocupado imediatamente. Minha esposa acariciou as costinhas de nossa filha com carinho.

— O que aconteceu, filha? — Ela perguntou.

— O tio Chris fez um gol em mim! — A menina resmungo, com sua voz infantil e algumas palavras erradas. Eu ri baixinho do dengo de minha filha, logo deixando um beijo em seus cabelos.

— Eu não acredito que o tio Chris fez isso! — Anahi falou alto, fingindo um tom de irritação. Logo a atenção dos dois adultos que jogavam bola com meus filhos se voltou para nós.

— Eu juro que eu tentei errar! — Chris falou nos fazendo rir. — Mas a culpa não é minha se a filha de vocês é horrível no futebol!

Maria Paula tirou a cabeça de meu pescoço e mostrou a língua para o tio. Todos nós rimos de novo.

— Tá tudo bem, filha! — Eu falei beijando o rostinho dela. — É assim mesmo, algumas vezes você vai fazer e outras você vai levar um gol! Essa é a graça do jogo, não é?

— É... — Minha filha assentiu, coçando seu olhinho. — Quero abraço, mami! — Ela estendeu a mãozinha para Anahi, que logo abraçou nossa filha, ainda com a menina em meu colo.

Anahi pegou ela em seus braços e a abraçou mais uma vez, dando vários beijos em sua cabeça. Um minuto depois a menina já corria em direção aos tios de novo para brincar. Emílio a abraçando rapidamente. Quase morri de amores ao ver a cena.

— Pessoal, venham almoçar! — Meu sogro gritou da área da churrasqueira.

[...]

Comemos em um clima agradável, pelo menos para a maioria de nós, já que Anahi fez questão de ficar ao meu lado na mesa, o que me gerou alguns beliscões no braço sempre que meu olhar cruzava com o de Marcos.

— Dul, você pode me ajudar em um negócio rapidinho? — Minha irmã me chamou.

Eu recolhia os pratos da mesa do lado externo para poder lavar na pia de dentro, e logo Zoraida começou a me ajudar também, e assim nós três seguimos para dentro de casa. Antes de entrar, passei meus olhos pelo local, percebendo que minha esposa falava aos cochichos com Marcos.

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