o amor quebrou as pernas e pulou o muro de muletas

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o amor quebrou as pernas e pulou o muro de muletas

só você
agora
pode me machucar,
tem o poder
em mãos
enquanto eu jogo baralho
e fumo charutos depressa
enquanto baseados
fazem buracos
na minha calça
enquanto
eu salvo gatos
de afogamentos,
preparo arroz e
queimo o arroz,
enquanto o mundo gira rapidamente
como a última bola
na mesa
de sinuca,
enquanto eu trato minha alma com uísque, conhaque e a dor física seguinte com remédios,
enquanto a janela bate incessantemente
pela tarde, algumas vezes a porta
na madrugada,
enquanto todos meus pertences
se espalham no chão
numa bagunça tremenda,
não consigo achar o isqueiro, não consigo achar meu prato, não consigo achar meu dinheiro, não consigo achar aquele último poema escrito,
não consigo me achar,
não vejo mais você
em você,
enquanto enforco uma pequena árvore
depois de 17 ou 18 doses,
somente você
possui
o desmonte de
mim,
basta

não mais verdadeiramente
me
olhar.

o homem que trocou todos seus poemas por amorWhere stories live. Discover now