o que a guerra faz, o que o amor faz

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náusea essa constante,

meus olhos vidrados como o crack queimando o mundo no seu cachimbo,

não posso selecionar o que eu vejo,

tudo que sei são algumas moedas,

um açaí, uma conversa que não lembro, eu entrando em estado febril nos seus braços,

você dizendo "uma hora você vai se arrepender",

se você me tocasse hoje a terra viraria uma molécula de água, eu poderia nos remodelar a nossa forma,

traria o mar a tudo e seríamos aqueles peixes dourados finalmente,

estou só fazendo algo com o que dói,

se meus sentimentos falassem eles chegariam a ti como uma visão a um menino na Índia que anuncia a previsão do que será o fim,

se o que eu sinto representasse algo num teatro aberto para o seu quintal, você veria um soldado morrendo com um tiro na garganta deitado na neve com seu sangue escorrendo e ninguém mais para ouvir,

pensando: o que a guerra faz, o que o amor faz, confundindo os sentidos, quase como eu, perto das 2 horas da manhã,

sendo vencido por um sono libertador antes de tudo perder de vez um senso de razão,

se meus sentimentos falassem, diriam que tudo bem, tudo.

o homem que trocou todos seus poemas por amorOnde histórias criam vida. Descubra agora