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- The monster's gone he's on the run and your daddy's here

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- The monster's gone he's on the run and your daddy's here. Beautiful, beautiful, beautiful, beautiful girl - cantarolo olhando para o rosto de minha filha que está em meus braços.

Ela está me olhando atentamente quando dá um sorrisinho de canto. Fico me balançando de um lado para o outro, tentando fazer ela dormir. Faz quase uma hora que estou tentando fazê-la dormir, mas estou sem sucesso. Tem noites que eu tenho mais dificuldade para fazê-la dormir. Acredito que seja por não ter o cuidado materno. Eu sou uma pai solo, tentando fazer uma garotinha indefesa dormir.

Quando a Emmy nasceu, a Audrey, sua mãe, teve complicações no parto e acabou falecendo. Nos três primeiros meses de vida de Emmy, eu achei que não iria conseguir, mas agora eu sinto que estou conseguindo, mas quando eu penso que eu estou conseguindo eu sinto que estou sendo um péssimo pai. No dia em que a Emmy completou seis meses, ela tentou falar a palavra mamãe, e aquilo tinha me deixado tão feliz, mas tão triste ao mesmo tempo. Quando ela "falou" eu me senti culpado, eu pensei: poxa, eu sou um pai tão ruim, ao ponto de não conseguir dar uma mãe para a minha própria filha. Até os cinco meses dela eu fiquei apenas em casa. Era Bill que trazia a comida para mim, ele fazia compras sempre que precisava. Só no dia em que ela completou seis meses que eu mudei o nosso rumo. Tomei a decisão que vou começar a sair mais com ela. Irei levá-la ao cemitério. Não quero que no futuro, quando ela for mais velha, ela pense que eu não tive momentos bons com ela quando bebê. Quero que ela saiba, que mesmo com tudo que aconteceu em nossas vidas eu nunca deixei de fazê-la feliz.

Vejo os olhos de Emmy se fechar devagar, e então quando estão fechados por completo deito ela no berço ao meu lado. Desligo a luz do querto, apenas deixando a luz de um pequeno abajur ao lado de seu berço ligada. Saio de seu quarto e vou até o meu, que fica ao lado do dela. Vou até o banheiro, que fica em meu quarto. Ligo a luz, que é fraca. Me apoio na piá, olho para baixo e depois para frente, fazendo eu ter visão do meu reflexo, que apenas apresenta um homem cansado e quebrado, sem força alguma para reconstruir tudo o que foi quebrado. Sinto uma lágrima escorrer por minha bochecha.

Quando um médico veio contar para mim que a Audrey havia se ido, eu fiquei sem chão. Foi come se tivessem arrancado meu coração do meu peito. Eu havia caído no abismo, e estava sem paraquedas. Mas agora vendo Emmy crescer, eu sinto como se um pequeno e frágil paraquedas estege se aproximando. A Emmy, mesmo tendo vindo no meu pior momento, ela conseguiu fazer com que esse momento se tornasse um pouco mais leve. Ela foi e é o motivo pelo qual eu ainda estou vivo. Antes de ela vir, a Audrey era a luz do meu dia e agora, a minha pequena Emmy é a luz do meu dia, e que nunca irá deixar de ser. Eu irei cuidala até o meu último suspiro.

Saio do banheiro e vou até minha cama. Me deito e me viro de frente para um pequeno balcão que tem ao lado da cama. Pego o porta retrato que tem uma foto minha com Audrey e beijo em cima da cabeça da mesma. Coloco o porta retrato no lugar novamente e durmo.

(...)

Sou acordado com o choro de Emmy. Me levanto, e vou até o quarto dela. Abro a porta, fazendo eu ter visão de Emmy sentada no berço. Ando até ela e a pego no colo. Ando até a janela, abrindo as cortinas, depois vou até o trocador ao lado do berço e com o outro braço, que não está segurando Emmy, pego um porta retrato com a foto de Audrey.

- Vamos dar bom dia para a mamãe, pequena? - Pergunto aproximando o porta retrato de Emmy.

Ela se inclina para frente, fazendo sua pequena boca se chocar contra o porta retrato.

Desde quando Emmy tinha apenas um mês de vida, eu sempre "mostrava" a foto de Audrey para ela. Quando ela completou três meses, eu comecei a falar para Emmy: vamos dar um beijo na mamãe? Ou: Vamos dar bom dia para mamãe? E desde então não tem um dia em que eu não a leve para dar "bom dia" para Audrey.

Deito Emmy, no trocador, que tem ao lado do porta retrato e começo a trocá-la.

(...)

Estou sentado na mesa e Emmy está sentada na cadeirinha de comer ao meu lado. Pego mais um pouco da papinha que está servida no prato e levo a mesma em direção a boca da menor.

- Sabia que você é a pessoinha favorita, do papai? - Falo enquanto Emmy engole a papinha.

Ela sorri.

Esses pequenos sorrisos que ela dá, são os que fazem eu não desistir de tudo. Ela é tudo o que eu tenho e tudo o que eu preciso. Um minuto com ela já faz o meu dia ser o melhor de todos.

Passo minha mão sobre seus poucos fios de cabelo. Segurando o choro.

A campainha toca. Pego Emmy no colo e ando até a porta.

- Emmy! - Bill fala sorridente quando nos vê ou melhor quando vê a Emmy.

Ela sorri e estica os bracinhos, para que Bill a pegue. Bill pega ela no colo e adentra a casa sem mesmo me dizer um "oi".

- Oi - Falo andando atrás de Bill.

- Oi - Bill fala, sentando Emmy na bancada da cozinha e brincando com ela, fazendo- á sorri.

- Quer um café? - Pergunto andando até os armários da cozinha.

- Eu aceito um - Bill responde.

Começo a preparar o café, enquanto Bill fica brincando com Emmy. Termino de preparar o café e levo até Bill.

- Como foi ontem? - Bill pergunta em quanto eu entrego a xícara para ele.

- Foi um pouco melhor. Estamos progredindo - Falo olhando para Emmy, que está me olhando atentamente.

- Ela com certeza está muito orgulhosa de você, Tom. Não duvide. Você está sendo o melhor pai de todos para Emmy. E de onde quer que a Audrey esteja, ela está muito orgulhosa e feliz por você - Ele fala com um pequeno sorriso no rosto, enquanto segura a mão de Emmy.

- Eu estou fazendo o meu melhor - eu falo, novamente tentando segurar o choro.

- Eu sei - Bill fala cochichando.

Sem conseguir conter o choro, começo a chorar. Apoio minha cabeça no peito de Bill, e deixo as lágrimas tomarem conta de mim.

Muitas vezes eu seguro o choro. Não gosto de saber que Emmy está me vendo chorar. Não quero que ela veja a minha pior versão. Mesmo que ela seja pequena, tenho medo que no futuro ela se lembre desses meus momentos de choro e ache que ela foi um peso para mim. Ela nunca foi e nunca será um peso para mim.

Fico ali encostado no peito de Bill, por mais uns dois minutos, quando me afasto de seu peito e pego Emmy no colo. Levando-a até sua cadeirinha de alimentação onde estava poucos minutos atrás e sento ela ali. Pego a colher que está encostada no prato, coloco um pouco de papinha na mesma e a levo até a pequena boca de Emmy.

Bill se aproxima de nós e para ao nosso lado.

- Tenho que ir, mas saiba, que de onde quer que a Audrey esteja, ela sempre estará orgulhosa de você. Você é o melhor pai que Emmy poderia ter - Bill fala com a mão em meu ombro.

Fasso que sim com a cabeça. Bill beija a parte de cima da cabeça de Emmy e vai em direção a porta. Antes que ele saia por completo, ele se vira para mim e sorri de canto.

- I love you - Bill fala apenas mexendo a boca. Sem emitir som algum.

Sorrio de canto e então Bill sai por completo da casa.

Pego mais uma colherada de papinha e levo até a boca da menor.

- Eu e você, contra o mundo, para sempre - falo olhando para Emmy, com um pequeno sorriso.

In Search Of LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora