βλέπω επίσης (Carta 6 de E.)

7 4 0
                                    

Para T.:

Não vejo uma versão em que a culpa não tenha sido minha.

Eu exigi o amor que nunca foi prometido.

Minha missão era te fazer sorrir, te fazer ver motivos pra viver.

Em vez disso, alimentei o que não devia.

Minha mente e meu coração a cada chamado seu.

Por que sempre me chamava? Sempre me avisava?

Você poderia muito bem pular enquanto eu não chegava.

Me esperava, pensava eu.

Você me queria por perto, você não queria partir antes de eu chegar.

Por que?

Ah, era amor, eu tolamente deduzi.

Eu me sentia amado, pela minha débil capacidade de interpretar.

Amar o fato de ser amado.

Esse foi o meu pecado.

Não mais.

Deus eu, deus ela, deus Orco.

Intrisecamente conectados.

A ligação nossa, descobri.

Disse o que não devia, mas disse.

"Eu também o vejo."

Depois de tudo que fiz, a única vez que você sorriu para mim foi quando eu menti dizendo que eu também via o que você vê.

"Orco também está comigo."

Seu sorriso me arrebatou, como se fosse um terremoto.

A destruição de toda a paz, uma deliciosa morbidez.

Minha alma se tornou inteiramente sua, o próprio inferno sucumbiria pelas minhas mãos se sua vontade fosse.

Meu corpo seguirá o seu até onde seu coração desejar.

O piso gelado da ponte acompanha nossos pés, finalmente se tornará minha.

Com espírito alegre, E.

As Cartas de Eros | CONTOOnde histórias criam vida. Descubra agora