εκνευρισμός (Carta 5 de E.)

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Maldita T.,

Por que recusa me amar?

Já não fiz tudo o que podia?

Já não ofereci tudo de mim para que você me veja com bons olhos?

O necessário foi feito.

Filha da penumbra e mais tarde hora, me odeias por quê?

O demônio que te cativa, te acerta e te faz mal.

Se é que ele existe.

O que ele tem que eu não tenho? Você me enxerga assim como o enxerga.

O ódio a criatura cresce em mim, como posso odiar algo que nunca vi?

O que nunca vi, que não mais considero oculto, mas inexistente.

Me convida para se unir em culto, mas não em emoção.

Meu coração não o pode adorar, meu deus é o amor.

A obsessão que faz o fundo de uma ponte ser tão atraente não faz parte do meu culto.

Confusão, frustração, oh, que sentimentos infernais!

Sinto como se correntes rasgando a minha pele fossem menos dolorosas.

Se isso tudo de algo serviu, foi para ver que a morte não parece tão ruim.

A dor de não ter o seu calor me faz almejar o próprio ócio da minha vida.

Da alma sofredora só espera o entendimento.

Que a dor passe, e que sua alma ainda veja a minha.

Me abrace nua, me queime com seu beijo, são desejos sinceros desse pecador, que tanta cólera já passou.

Com sofrimento, E.

As Cartas de Eros | CONTOOnde histórias criam vida. Descubra agora