Maldita T.,
Por que recusa me amar?
Já não fiz tudo o que podia?
Já não ofereci tudo de mim para que você me veja com bons olhos?
O necessário foi feito.
Filha da penumbra e mais tarde hora, me odeias por quê?
O demônio que te cativa, te acerta e te faz mal.
Se é que ele existe.
O que ele tem que eu não tenho? Você me enxerga assim como o enxerga.
O ódio a criatura cresce em mim, como posso odiar algo que nunca vi?
O que nunca vi, que não mais considero oculto, mas inexistente.
Me convida para se unir em culto, mas não em emoção.
Meu coração não o pode adorar, meu deus é o amor.
A obsessão que faz o fundo de uma ponte ser tão atraente não faz parte do meu culto.
Confusão, frustração, oh, que sentimentos infernais!
Sinto como se correntes rasgando a minha pele fossem menos dolorosas.
Se isso tudo de algo serviu, foi para ver que a morte não parece tão ruim.
A dor de não ter o seu calor me faz almejar o próprio ócio da minha vida.
Da alma sofredora só espera o entendimento.
Que a dor passe, e que sua alma ainda veja a minha.
Me abrace nua, me queime com seu beijo, são desejos sinceros desse pecador, que tanta cólera já passou.
Com sofrimento, E.
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As Cartas de Eros | CONTO
Short StoryAs cartas de um menino que amava uma menina apaixonada pela morte. "Depois de tudo que fiz, a única vez que você sorriu para mim foi quando eu menti dizendo que eu também via o que você vê." Título: As Cartas de Eros (ou A Última Carta Que Escrevi P...