Lua De Sangue ( Livro 1 )

Capítulo XXIII - Um, Dois, Três!

۝ Mitsuo ۝

Rafaela me encarou, tentou falar, mas não teve palavras para isso. Eu fiquei com receio que a moça não falasse mais comigo, mas tentei me sentir aliviado.

- Rafaela... - Tentei lhe chamar.

- Sim? - Ela me encara, com olhar doce.

Fico rubro.

- Eu... Eu...

Rafaela riu.

- Pode ir para o baile. Eu vou ficar bem.

- ... Tem certeza? - Perguntei.

- Tenho, pode ficar tranquilo, Mitsuo.

- Mas... Rafaela... Você não fica chateada? - Eu coloco a mão no ombro dela.

- Um pouco, mas tudo bem Mitsuo, eu sei que nós dois podemos nos divertir muito depois, o Kurai e o Mox também.

- Tudo bem, Rafaela, mas... Tem certeza?

- Claro, você quer mais alguma prova? - Ela dá um sorriso.

- Bem, eu só não quero que você fique sozinha enquanto nós estamos nos divertido... Você é nossa amiga também.

Rafaela colocou a mão no meu ombro. Senti o calor dela, trouxe uma sensação amena para a minha mente e corpo.

- Relaxe, Mitsuo, eu sei me cuidar. Se acalme e se divirta na festa que virá.

- ... Mas - Eu tentei falar.

A moça me dá um sorriso meigo.

- Ainda não quer ir?

- ... Tudo bem, Rafaela, você me convenceu - O sorriso dela aumentou.

- Você é um amor... - Ela beija a minha testa e sai do cômodo.

Eu acho que cheguei na terra dos sonhos e nem sabia!

Dei cambalhotas ( literalmente ) de alegria. Os outros dois rapazes me encararam como uma mãe que vê um filho quase quebrar metade da casa.

- Eu falei para você que ele é o Tarzan, só que puxou mais a parte dos macacos... - Kurai diz para Mox.

- Como é que é?! - Me irritei. - Pois saiba que a Rafaela me beijou na testa, estou tão feliz!

- E daí? Só por causa disso você vai quebrar a casa? - Kurai se senta na poltrona.

- Parece minha mãe! - Reclamo.

- Pode me chamar de Kura! - Ele riu, me jogou um pacote.

- É claro, Kurai - Digo, rindo.

Mox sorriu.

۝ Mox ۝

- Finalmente, eles estão se dando bem! - Pensei por alguns momentos.

- Então, o que a Rafaela decidiu? - Kurai olhou para Mitsuo.

- Ela vai ficar - Respondeu.

- Sozinha? - Murmurou o outro.

- Sim.

A conversa morreu por aqui. Até que Rafaela e eu nos encontramos enquanto íamos pegar uma leva de biscoitos que preparamos.

- Eles estão mais tranquilos? - Ela pergunta.

- Sim, pelo menos eu espero - Respondo.