Capítulo XV - Esperteza

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- Então, qual é?

- O veneno estava na bebida, pois a criança nunca bebeu chá nesta história.

- Tudo bem. Você acertou - Rafaela riu. - Eu vou dar um novo desafio.

- Tudo bem. Vamos lá.

- O Chapeleiro Maluco, uma vez, disse algo para Alice que não conseguiu desvendar, se você é inteligente, me responda, qual é, entre um corvo e uma escrivaninha, a sua semelhança?

- Uh... Boa questão - Sherlock se deitou.

- Pense bem, e me dê a resposta amanhã.

- Não posso lhe dar agora? - Sherlock olhou para nós.

- Talvez você não esteja pensando o mesmo que eu... - Rafaela deu um sorriso, saímos, o olhar atento de Sherlock nos observando.

۝ Kurai ۝

Vimos a porta abrir, Rafaela estava saindo, Mox ficou pensativo sobre algo que ouviu e não contou para nós de imediato, só depois de muita insistência que ele falou:

- Rafaela deu um teste para Sherlock.

E contou tudo o que aconteceu.

- Por que você fez isso?! - Perguntei para a moça.

- Ah, Kurai, queria testar a inteligência dele. Só isso.

- Você pode ameaçar o rumo de muita coisa na história de Sherlock! - Mitsuo falou.

- Como assim? - Mox pergunta.

- Mox, você ainda não soube? Rafaela criou um novo rumo das histórias de Sherlock, ao que tudo indica, ela não só poderá vencer o homem, como também criou a sua própria versão da história!

- Oh! Que... Incrível! - Mox e ela falaram.

- Não é nada incrível, seus tolos! - Reclamei.

- Pare com isso! - Mitsuo me deu um tapa na cabeça.

- Seu miserável, por que você me bateu?! - E dei um soco no ombro dele.

- Por que você só sabe reclamar! - Mitsuo se defende.

A briga começou, nós caímos na calçada e uma multidão começou a se formar, muitos olhos nos encararam, murmúrios surgem, a pancadaria se tornou genérica.

- Seu Cavalo de Balanço sem pernas! - Dou o meu primeiro apelido.

- Espião sem formação! - Mitsuo diz.

- Cara de Moby Dick!

- Cabeça de Berinjela!

- Seu defensor pegador de impostos!

- Filho de um Chupa Cabra!

Mox e Rafaela nos encaram com desdém, os outros apenas torciam. Alguns filmavam as nossas falas.

- Parem de brigar, meninos! - Rafaela falou, antes de repararmos no porquê disso.

Sherlock Holmes havia descido, ver-nos ter uma disputa fez ele sorrir. Segurei o ombro de Mitsuo e olhei para Rafaela, que deu um suspiro, e nos ajudou a irmos para o nosso quarto de hotel, eu, Mox e Mitsuo iríamos dormir num quarto, Rafaela tem o próprio lugar para ela, que era ao lado do nosso.

۝ Rafaela ۝

A noite começou a surgir, Mitsuo me chama num canto, para conversar.

- Você gostou mesmo de explorar, não é? - O olhar e o dedo apontam o meu colar.

- Sim. Eu não pude evitar mais uma viagem.

- Hehe, apenas tome cuidado, não quero ter Collette em nosso encalço.

- Tudo bem. Eu prometo.

E fiz o meu gesto de promessa: Um dedo por cima da boca, depois um movimento como se fechasse um cadeado.

- Ok, eu confio em você - Mitsuo sorriu.

- Eu também confio em vocês.

- Mitsuo! - Mox chamou. - Rafaela!

- Sim? - Mitsuo foi até lá, eu fiquei ali, pois a dona do hotel me entregou um recado.

Dizia:

Cara Srta. Rafaela:

Gostaria de retornar, depois de amanhã, ao nosso apartamento, na Rua Baker? Sherlock gostaria de falar contigo.

Ass: John H. Watson.

Analisei novamente o bilhete, pensando no que fazer, se eu revelar a resposta, poderei criar uma realidade diferente do que estou acostumada, o que será que devo fazer?

- Está tudo bem, Rafaela? - Kurai diz, nosso olhar se encontra por um momento.

- Sim, Kurai, vai aproveitar o passeio pelas ruelas de Londres, eu estou bem.

- Ah, falando nisso, decidimos ir amanhã ao museu, Mox quer explorar um pouco a arte londrina.

- Tudo bem, vamos todos.

Lua De Sangue ( Livro 1 )Where stories live. Discover now